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Sanidade Vegetal  
Diagnóstico e soluções para a cercosporiose do milho
A planta é extremamente sensível à perda de área foliar e quando isso ocorre prematuramente acarreta consequências diretas para a produção
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Syngenta
08/12/2009

A cercosporiose do milho (Cercospora zeae-maydis) se espalhou por todo o mundo e hoje é, seguramente, a doença foliar mais importante desta cultura. Também conhecida por mancha cinza da folha do milho (gray leaf spot of corn), ela foi descrita pela primeira vez em 1924, por Tehon e Daniels, no estado norte-americano de Illinois. Entre as décadas de 1940 e 1970 a doença se expandiu geograficamente atingindo vários estados americanos, tornando-se a mais destrutiva doença foliar do milho nos Estados Unidos.

No Brasil, apesar de antigos relatos de uma cercosporiose em milho como doença secundária, o primeiro foco epidêmico ocorreu na safrinha no ano agrícola 1999/2000 na região de Rio Verde e Jataí no sudoeste de Goiás. Nessa região, era comum o plantio contínuo do milho através da sucessão (plantio de verão/safrinha/milho de inverno – irrigado), o que contribuiu para o aumento do inóculo da doença até a sua explosão na safrinha de 2000. Hoje, a cercosporiose encontra-se presente em todas as regiões produtoras de milho no Brasil.

Geralmente os sintomas iniciais expressam-se nas folhas inferiores das plantas, devido à principal fonte de inóculo consistir dos restos culturais infestados em ciclos anteriores. Se o inóculo for trazido pelo vento de fontes externas, as infecções primárias poderão ocorrer nas folhas superiores.

Os sintomas iniciais apresentam-se como minúsculas lesões, circundadas por halos amarelos, que são evidenciados observando-se uma folha doente contra a luz. Estas lesões se expandem tornando-se alongadas, delimitadas pelas nervuras secundárias e com extremidades em geral retangulares, atingindo dois a cinco centímetros de comprimento por dois a quatro milímetros de largura (sintoma típico), apresentando coloração palha quando jovens e, tornando-se necróticas, com coloração cinza, em lesões mais velhas. Esta coloração cinza se deve devido à intensa esporulação do fungo sobre a lesão. Dependendo da interação genótipo/ambiente as lesões podem também apresentar-se com formato irregular e bordos castanho-avermelhados.

As cloroses e necroses das folhas estão associadas com a produção, de uma toxina denominada cercosporina. Esta toxina antecede à expansão das lesões, promovendo a destruição das membranas celulares, provocando a morte das células. A ação da toxina na folha é facilmente notada ao se voltar a folha doente contra a luz, ficando visível um halo amarelado em torno da lesão.

"Produção 'salva' 
 pela aplicação
 de fungicidas
 em milho
"

Afonso Maria Brandão

Em ataques severos, as lesões podem se fundir, acarretando grandes perdas de área fotossintetizante, podendo tomar todo o limbo foliar e provocar a morte precoce das folhas. A severidade da mancha por Cercospora é favorecida pela ocorrência de temperaturas entre 22 e 30°C e umidade relativa acima de 95%. Estudos mostram que o progresso da doença é beneficiado pela alternância de duas condições distintas: um período de água livre sobre a folha e outro período com a superfície foliar seca, ambas sob umidade relativa alta. Quando o esporo atinge a folha ele se fixa na superfície e necessita de água livre para “germinar”. Depois de germinado é necessário um período com a superfície foliar seca para que ocorra a penetração, que se dá pelos estômatos. A colonização da folha inicia-se a partir deste processo.

Essas condições são muito comuns nas regiões de plantio de milho brasileiras, onde o orvalho molha as folhas logo no início da noite e este molhamento se prolonga até a manhã seguinte, para então iniciar um outro período com as folhas secas. Sob condições desfavoráveis, a doença paralisa seu desenvolvimento, que é retomado rapidamente, tão logo as condições voltem a ser favoráveis. A disseminação ocorre principalmente pelo vento e por respingos de chuva. Por isso, um fator de grande importância para a ocorrência severa da doença é a presença, na superfície do solo, de restos culturais infectados, que constituem a fonte primária de inóculo.

O milho é uma planta extremamente sensível à perda de área foliar e, quando esta perda ocorre prematuramente, acarretará consequências diretas para a produção. A diminuição da área foliar ativa levará à redução da produção dos fotossintatos que seriam utilizados para enchimento de grãos, acarretando redução drástica da produtividade. Quando a destruição foliar é intensa a planta procurará compensar esta perda de produção de carboidratos, recorrendo-se da reserva de açúcares do colmo, enfraquecendo-o e propiciando a colonização deste por outros fungos, como Colletotrichum, Gibberella, Fusarium ou Stenocarpella, s estes, causadores de podridões do colmo do milho. Essa colonização irá causar apodrecimento do colmo, resultando no tombamento prematuro da lavoura, trazendo prejuízos ainda mais severos.

O agricultor deve se conscientizar que o plantio de híbridos altamente suscetíveis em extensas áreas é um fator multiplicador de inóculo que poderá comprometer, em curto prazo, a produção de milho naquela região. Essa conscientização dos produtores faz parte do manejo racional da doença que deve ser feito através de medidas integradas que se iniciam antes mesmo da semeadura, no planejamento da lavoura.

Ou seja:

- É importante o conhecimento histórico das condições climáticas vigentes no período de conduç&atil

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