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Margareth Santos
25/01/2010
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Nova cultivar de trigo chega para melhorar o uso industrial e atender às exigências do mercado atual de farinhas. Lançada pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), em parceria com a Fundação Meridional, a IPR 144 tem boas características agronômicas, elevada produtividade, ciclo precoce e moderada resistência às principais doenças da cultura, é o que afirma o pesquisador Luiz Alberto Campos.
— Nos últimos três anos de teste, em diferentes locais de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, a cultivar mostrou os melhores rendimentos de grãos e apresentou uma excelente performance. Vale lembrar que as variedades respondem conforme o ambiente, sendo influenciadas pelo clima, irrigação, adubação, época de semeadura, ou seja, diversos fatores interferem nas produtividades — revela.
Segundo Campos, a IPR 144 tem porte baixo e demonstra moderada resistência a doenças como ferrugem da folha, oídio e manchas foliares, além de boa tolerância ao brusone. Ela fica pronta para colheita em cerca de 113 dias e o potencial produtivo pode chegar a cinco toneladas por hectare, nas melhores condições de plantio. No entanto, necessita de especial atenção devido à suscetibilidade à giberela, moléstia de difícil controle químico e genético.
— A IPR 144 é indicada para solos de média e alta fertilidade, deve ser cultiva em solos com saturação de alumínio inferior a 20% e com densidade de semeadura em torno de 300 a 350 sementes por metro quadrado. E, como toda variedade, necessita fazer tratamento das sementes, na pré-semeadura, para controle do percevejo de barriga verde, praga que ataca soja, milho e trigo — alerta o pesquisador.
A nova cultivar de trigo tem excelente qualidade panificadora, com valores médios de força de glúten (valor de W) próximos de 287. Hoje, o trigo é classificado em três classes: melhorador, com força acima de 300; pão, de 180 a 300; brando, destinado a biscoitos, até 180. Em alguns ambientes, a variedade pode se aproximar do trigo melhorador, apresentado a mesma qualidade dos importados.
— Essa variedade, que vem chamando a atenção dos agricultores, pode ser cultivada nas regiões um, dois e três do Paraná, regiões dois e três de São Paulo e região três do Mato Grosso do Sul. Para a próxima safra, o produtor já poderá encontrar a IPR 144 no mercado – comenta.
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