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Bayer CropScience
05/08/2010
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Como nos últimos anos o preço do café tem se mantido estável e o custo de produção vem aumentando. Por isso, é necessário conhecer muito bem o limite de segurança para cada praga ou doença presente na área para iniciar o tratamento na hora certa. Em resumo, é mais importante saber avaliar e quantificar a população predominante na área em questão do que conhecer todas as pragas e doenças que prejudicam a produtividade e a qualidade da cultura.
Inúmeras pragas e doenças afetam a produção e também a qualidade da bebida; porém o grau de danos econômicos causados por estas depende de inúmeros fatores, que vão desde a região onde está a lavoura até questões como adensamento, variedades, tratos culturais, estado nutricional e manejo de podas. Além de avaliar todas estas questões, é preciso considerar o clima, que pode variar de ano para ano. Alguns exemplos de situações que, combinadas, podem favorecer o aparecimento de pragas e doenças relevantes são:
- Clima seco, com baixa umidade, alta insolação e altas temperaturas predispõem a ocorrência do bicho mineiro, ácaro vermelho, ácaro da leprose e cercosporiose.
- Lavouras novas em áreas abertas facilitam a presença do bicho mineiro e da cercosporiose.
- Lavouras em áreas frias e úmidas com presença constante de vento têm muito problemas com Phoma e Ascochita.
- Lavouras em terreno arenoso apresentam alta incidência de nematoides e cochonilha das raízes.
- Lavouras com alta carga pendente podem ter prejuízos de até 100% com ferrugem e cercosporiose.
- Lavouras com desequilíbrio nutricional configuram o caso mais sério, pois deixam as plantas mais sensíveis ao ataque de todas as doenças e, neste caso, outro agravante são os sintomas de carência nutricional que dificultam as avaliações e fazem com que a plantação não responda de maneira adequada aos tratamentos fitossanitários.
- Lavouras mais adensadas criam um microclima mais favorável ao aparecimento das doenças e, ao mesmo tempo, apresentam maior dificuldade de controle devido a problemas com as pulverizações.
O ataque de pragas e doenças na lavoura de café deve ser mantido sob controle para não causar prejuízos ao cafeicultor. Para tanto, é necessário observar a ocorrência e acompanhar a sua evolução por meio de amostragens periódicas.
A amostragem consiste em selecionar e quantificar parte de uma população de praga ou doença para que seja possível estimar o total presente na área. Para obter resultados eficazes é importante dividir a área em talhões com as mesmas características, como tipo de solo, topografia, idade da cultura, carga pendente, espaçamento e estado nutricional.
Metodologia de avaliação:
Ferrugem: amostrar dois ramos de cada lado da planta, no terço inferior (altura da mão). Contar todas as folhas de cada ramo, com exceção do primeiro par, e, em seguida, contar as folhas com pústulas de ferrugem e calcular o percentual de incidência da doença. Coletar as folhas de 50 plantas por talhão, em pontos de altitude e latitude diferentes.
Cercospora: para avaliar a incidência nas folhas, separar o segundo e o terceiro pares em dois ramos de cada lado da planta, no terço superior. Contar o total de folhas amostradas, e, em seguida, verificar aquelas com sintomas da cercosporiose para então calcular o percentual de incidência da doença. Coletar as folhas de 50 plantas por talhão, em pontos diferentes da área. Para avaliar a incidência nos frutos, coletar 100 deles ao acaso, dos dois lados da planta, em três pontos diferentes da lavoura.
Ascochita: para analisar a incidência nas folhas, separar o segundo e o terceiro pares em dois ramos de cada lado da planta, no terço médio. Contar o total de folhas amostradas e, em seguida, as que apresentam o sintoma da ascochita para calcular o percentual de incidência da doença. Coletar as folhas de 50 plantas por talhão, em pontos diferentes da área.
Phoma: amostrar dois ramos de cada lado da planta, no terço superior. Contar o total coletado e checar os que apresentam sintomas da doença para então calcular o percentual de incidência. Amostrar 50 plantas em pontos diferentes da área, considerando fatores como altitude e exposição ao vento.
Bicho Mineiro: coletar o segundo e o terceiro pares de folhas e dois ramos de cada lado da planta, no terço superior. Contar a total amostrado e o total de folhas minadas para calcular a incidência da praga. Amostrar 20 plantas em pontos diferentes da lavoura.
Broca: coletar 100 frutos ao acaso em cinco pontos diferentes da lavoura. Contar o número total de frutos colhidos e dentre eles os brocados para calcular a incidência da praga. Fazer uma amostragem a cada cinco hectares.
Cigarras: cavar trincheiras de 0,4 x 0,4 e 0,4 m de profundidade dos dois lados da planta, próximo ao tronco. Peneirar a terra para contar o número de ninfas.
Mosca das raízes: cavar trincheiras de 0,4 x 0,4 e 0,4 m de profundidade dos dois lados da planta, próximo ao tronco. Peneirar a terra
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