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O plástico já é bastante utilizado na agricultura, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, e é muito recorrente na produção de morango no Estado do Rio Grande do Sul. Normalmente, os produtores utilizam o plástico preto para cobertura do solo com a finalidade de reduzir o número de pragas invasoras e aumentar a temperatura do solo para antecipar a produção. Este plástico preto é utilizado pelos gaúchos para conseguir um morango precoce que chegue ao mercado antes do que o morango de Minas Gerais, principal produtor da fruta. No entanto, com a expansão de novas áreas de produção do morango, principalmente na serra gaúcha, se fez necessária a adoção de uma nova tecnologia.
Nas novas áreas de morango no Rio Grande do Sul, o clima é muito favorável para o cultivo da fruta e consegue até produzir durante o verão, conquistando um novo mercado. Com isso, não há mais o problema de concorrência com os produtores mineiros e, portanto, não é necessário antecipar a produção. Pelo contrário, a ideia dos produtores da serra gaúcha é prolongar o cultivo. Para isso está sendo usado um novo plástico que é coextrusado e tem duas cores, um lado preto e outro branco. A parte preta continua funcionando contra as pragas. A novidade é uma face branca ou prata que reflete o sol, não permitindo que o solo seja muito aquecido e facilitando o prolongamento da produção.
— O plástico tem trazido benefícios no sentido de economia de mão-de-obra e melhoria de qualidade de produto. A cobertura plástica em estufas plásticas reduz bastante o uso de produtos químicos. O plástico tem o benefício do controle de invasoras, o solo demora mais a perder água. Se se diminui a quantidade de água pra irrigação, melhora muito a qualidade de fruto. Já estamos trabalhando com produtores da serra gaúcha com este plástico coextrusado de duas cores há dois anos e a tecnologia está sendo muito bem aceita, influenciando os produtores próximos às propriedades que estão experimentando o plástico. Há cada vez mais produtores testando a tecnologia e a gente acredita que todo o sistema de produção de morangos no verão possa adotar esta tecnologia — comemora o doutor em agrometeorologia Carlos Reisser, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, que trabalha com uso de plásticos e manejo de água na fruticultura e olericultura.
Reisser é um dos palestrantes do V Simpósio Nacional do Morango, que acontece de 21 a 23 de setembro, em Pelotas, Rio Grande do Sul, e vai falar sobre a nova tecnologia adotada pelos produtores da serra gaúcha. Com a adoção do plástico de duas cores na região, a produtividade média no inverno, período ideal para o morango, é de 40 a 50 toneladas por hectare. No verão, a produção cai para cerca de 12 a 15 toneladas, mas a vantagem é a oferta da fruta em uma época que ela está em falta no mercado nacional. Com isso, o preço oferecido pelo morango é muito maior do que no inverno, o que compensa o investimento do produtor.
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