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O Brasil avançou muito na produção de grãos, com recordes sucessivos a cada safra, mas na área de pós-colheita a garantia de qualidade ainda é um desafio para o crescimento do agronegócio. O tema foi alvo das instituições que fizeram a abertura da 5ª Conferência Brasileira de Pós-colheita, que começou hoje (19/10/10), no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, PR.
Para o Presidente do grupo Cotriguaçu, Valter Pitol, manter a qualidade dos grãos na pós-colheita é tão importante quanto os cuidados no campo. “Chegamos a um momento em que já temos excelência na produção, mas precisamos buscar aperfeiçoamento na pós-colheita”, complementa o Chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan.
As perdas na pós-colheita de grãos podem resultar de fatores que antecedem a colheita, como histórico da lavoura, ou erros nas operações de colheita, secagem e armazenagem. Conforme o Presidente da Associação Brasileira de Pós-colheita, o pesquisador da Embrapa Soja, Irineu Lorini, a atenção maior dos profissionais do setor está nas perdas relacionadas à armazenagem: “No armazenamento, as perdas acontecem sobre o produto final, que está pronto para a comercialização, o que torna as falhas no processo verdadeiras barreiras na indústria de alimentos”, explica Lorini.
Um dos principais problemas na pós-colheita está relacionada a presença de insetos. As pragas no armazém aumentam a temperatura e a umidade na massa de grãos, favorecendo ácaros e fungos. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa, Lêda Rita Faroni, além de modificar a cor, o cheiro e o sabor dos grãos, os insetos ainda podem degradar proteínas e vitaminas. A movimentação dos insetos na massa de grãos também podem formar bolsas de calor, que dificultam a aeração e a secagem.
Na avaliação do analista de mercados, Juan Jensen, o Brasil deve crescer 7,2% neste ano, ao contrário dos Estados Unidos e alguns países da Europa que ainda enfrentam cifras negativas. Com a contínua queda no desemprego, a expectativa de aumento no consumo das famílias brasileiras chega a 5% ao ano. Estes fatores impactam diretamente no mercado de grãos, porque o aumento no consumo interno deve gerar maior demanda por alimentos e a possível recuperação dos países desenvolvidos deve aumentar os preços das commodities. “Qualquer alteração no mercado nacional ou internacional vai mexer com o agronegócio do Brasil”, conclui Jensen. É neste contexto que o Presidente da Abrapós define o objetivo de discutir os problemas na pós-colheita: “Não podemos deixar que os nossos produtos continuem sendo questionados quanto à qualidade, sofrendo barreiras no mercado internacional e desvalorização no mercado interno”, finaliza Irineu Lorini.
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