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Seringueira    
Rotação com seringueira para pequeno produtor
Cultura produz por 40 anos, não precisa de manejos intensivos e convive muito bem com o plantio de outras espécies como café, cacau e milho
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Juliana Royo
29/10/2010

A cultura da seringueira está crescendo bastante no Espírito Santo, um importante produtor de borracha no Brasil. O Probores (Programa de Expansão da Heveicultura Capixaba) está incentivando o cultivo da espécie no Estado e vai distribuir este ano 300 mil mudas para os produtores que se cadastrarem no Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural). Os principais clones utilizados são o FX 3864, o RIM 600 e o PR 255, que respondem por cerca de 80% da produção estadual. Com a facilidade de manejo da seringueira e boa adaptação com a rotação com culturas anuais bastante produtivas, o seringal é uma ótima opção para os pequenos produtores.

— A produtividade das seringueiras capixabas é em torno de 2 mil quilos de borracha seca por hectare ano. O que dá em torno de 4 mil quilos de coágulo para venda. O comércio deste coágulo ainda é feito diretamente na propriedade ao preço de R$ 3 o quilo, o que dá uma receita de cerca de R$ 12 mil por hectare ano. Ela se adapta muito bem na pequena propriedade porque o produtor pode ter um pequeno seringal, de um a quatro hectares, não precisa se preocupar muito com manejo e se beneficia com o consórcio de culturas. Ele pode entrar com a seringueira num espaçamento um pouco maior e ao invés de colocar o espaçamento de 8 por 2,5m ele pode abrir para 12 m entre linhas e plantar em fileiras duplas de 4x3m e nesse intervalo pode plantar milho, feijão, mandioca e até café, cupuaçú. A cultura do café é a que mais se adapta à cultura da seringueira, ela ajuda o café a produzir mais — explica Pedro Galvea, pesquisador do Incaper, coordenador do Probores e do Programa Estadual de Silvicultura e Recursos Naturais.

Galvea diz que existem estudos do Incaper, no município de Soretama, que mostram que o cultivo de café no meio da cultura da seringueira produz 60 sacas por hectare de café conilon mesmo sem irrigação. O consórcio da seringueira com o cacau também traz benefícios, segundo o pesquisador. Nos primeiros meses do ano o produtor colhe a borracha e de agosto a novembro o cacau, o que permite uma renda constante. A seringueira é uma cultura que produz durante 40 anos, em alguns casos, por mais de 50 anos. O produtor faz o investimento inicial de implantação do seringal e pode colher durante décadas, garantindo rentabilidade. Para que o planejamento de anos de colheita de borracha dê certo, o produtor precisa ficar atento aos primeiros dois anos de cultivo. É importante escolher boas mudas, realizar um plantio sem falhas e fazer adubação inicial. Depois, basta o acompanhamento da cultura, com o manejo e adubações básicas.

— O importante é que o seringal tenha um início muito bom e que a implantação seja feita da melhor forma possível, com mudas boas e sem falhas com plantas mortas no meio. Ela é uma cultura que só requer cuidados especiais até o segundo ano, daí em diante ela cresce sozinha, não é exigente, não requer solos da melhor qualidade ou adubações pesadas. É importante abrir uma boa cova, do tamanho que o produtor faz para plantar café e que a muda seja de qualidade, que ele tenha mudas para fazer replantio e irrigar a cultura durante o primeiro, sem deixar de fazer as adubações recomendadas. O produtor deve colocar 300 gramas de superfosfato simples, depois deve seguir uma análise de solo que é enviada para o laboratório, que vai indicar a melhor adubação para aquela área. Não há uma adubação padrão — recomenda Galvea.

Na semana que vem, o Proer vai distribuir mais mudas, desta vez no município de Guarapari. No ano que vem serão distruíbas mais 450 mil. Galvea orienta aos produtores interessados em receber os clones que se inscrevam no programa através do Incaper. Basta fornecer algumas informações como  tamanho da área que ele quer plantar e a reguão de plantio. Quando chegar a época de distribuição o Proer vai percorrer os municípios para entregar as mudas aos produtores cadastrados. Praticamente todas as regiões do Estado serão beneficiadas, só precisam estar dentro dos padrões necessários para o desenvolvimento da cultura. O pesquisador diz que é necessário que a propriedade esteja abaixo de 800 metros de altitude e tenha garantia de, pelo menos, 900 mm de chuva por ano. Segundo ele, as únicas regiões que são não cumprem este requisito são o Baixo Guandú e o município de Barra de São Francisco.

— Nós pretendemos aumentar dos atuais 10 mil hectares existentes no Estado para 75 mil hectares plantados até 2025. No ano passado, distribuímos 373 mil mudas no Espírito Santo, atendendo a 418 produtores rurais. Este ano nós adquirimos 300 mil mudas que já começaram a ser distribuídas. Até março do ano que vem todas serão entregues. Em 2011, nós pretendemos comprar 450 mil mudas, através da Secretaria de Estado da Agricultura, e atender a pelo menos 500 produtores no capixabas. Já foram gastos com o programa R$ 2,5 milhões de recursos da secretaria e ano que vem vamos investir mais RS 2 milhões — avisa.

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