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Sistemas Sustentáveis de Produção  
Sustentabilidade do agronegócio brasileiro e o Código Florestal
Adequação da legislação viabilizaria maior competitividade no mercado mundial
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Ronaldo Trecenti
03/12/2012

O Brasil, na década de 1960 tinha aproximadamente 60 milhões de habitantes, com cerca de 50% da sua população residindo na zona rural, importava petróleo, arroz, carne, leite e era um país cuja economia dependia da produção agrícola, em especial da cultura do café, que avançava a passos largos, principalmente no estado de São Paulo, causando preocupação às autoridades quanto ao desmatamento de florestas para o plantio dos cafezais.

Desta inquietação surgiu o movimento para a criação de uma lei que tinha como objetivo garantir a manutenção de áreas de reserva florestal de matas nativas, dando origem ao Código Florestal de 1965. Passados 45 anos muita coisa mudou no nosso país, hoje somos mais de 190 milhões de habitantes, com menos de 20% da população residindo no campo, produzimos alimentos de qualidade para suprir a demanda interna e geramos excedentes para a exportação para mais de 160 países.

Hoje somos autosuficientes na produção de petróleo, grande produtor de combustível renovável (etanol), maior exportador de soja e de carne bovina, grande produtor de açúcar, carne de frango e de carne suína, tudo graças aos investimentos em pesquisa, produção, processamento, armazenamento, transporte e distribuição.

A nossa produção agrícola cresceu com o aumento da área cultivada por pastagens e lavouras, mas o grande responsável pelo seu crescimento foi o aumento da produtividade proporcionado pelo emprego de máquinas modernas e de tecnologia gerada pela pesquisa, em especial pela Embrapa.

Foram desenvolvidas técnicas para a correção dos solos ácidos da região do Cerrado tornando-os férteis e produtivos e surgiram novas variedades de plantas adaptadas à região, possibilitando altas produtividades com custos compatíveis.

Novas práticas de manejo do solo foram adotadas pelos produtores rurais, em especial, o plantio direto, que possibilitou a conservação do solo e da água, praticamente eliminando a erosão, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa.,o e os custos de produção.

Recentemente surgiram novas tecnologias como a integração lavoura-pecuária e a integração lavoura-pecuária-floresta que permitem a diversificação de atividades na propriedade rural, a rotação de culturas e a recuperação de áreas degradadas, em especial de pastagens, melhorando a renda e reduzindo os riscos climáticos e de mercado.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) reconhece o Brasil como líder mundial em Agricultura Conservacionista em condições de solos tropicais, o que atesta que os nossos produtores rurais, em sua maioria, estão cumprindo com o compromisso de produzir com respeito ao meio ambiente, conservando os recursos naturais (solo, água e biodiversidade).

Recentemente a FAO publicou documento manifestando a sua preocupação com o crescimento da população mundial nos próximos anos que deverá atingir 9 bilhões de habitantes no ano de 2050 e o aumento da produção de alimentos, que deverá dobrar até o mesmo período, para atender esta a demanda.

O Brasil é o principal país mundial com condições para responder a este desafio, pois dispõe de terras agricultáveis, condições climáticas favoráveis, tecnologia disponível e produtores competentes, porém lhe falta vontade política para conquistar a liderança mundial na produção de alimentos, pois o Congresso Nacional está vacilando na decisão de votar o Relatório da Comissão Especial, elaborado pelo Deputado Federal Aldo Rebelo, uma obra prima, que analisa o Código Florestal e propõe a sua adequação à nossa realidade, tirando da ilegalidade 90% dos nossos produtores rurais e dando a possibilidade do nosso agronegócio ser competitivo e sustentável. 

Artigo originalmente publicado em 15/12/2010

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Rafael Salerno
15/12/2010 - 11:35
Ronaldo parabÚns pela excelente contextualizaþÒo, em especial a comparaþÒo do Brasil com maioria de populaþÒo rural e insuficiencia alimentar e energetica, como o Brasil atual de 84% da populaþÒo nas cidades e grande exportador agricola...uma evoluþÒo impar em 30 anos

Eloi Marcolin
15/12/2010 - 16:22
Muito oportuno e balizado seu comentarioe gostaria de enfatizar a negligencia criminosa do Senado na aprovaþÒo do relatorio do Dep.Aldo Rebelo. Tambem lembrar que nÒo por acaso a Globo estß novamente batendo na mentirosa tecla do aquecimento global e colocando o Brasil(Produtores Rurais) como grande VilÒo.

Laercio Couto
18/12/2010 - 11:47
Prezado Ronaldo,

Parabens.

Muito bem colocado.

Com relacao a integracao Lavoura - Pecuaria - Florestas eu solicitaria sua permissao para acrescentar que se trata de AGROSSILVICULTURA, uma pratica milenar que se tornou uma ciencia na decada de 70 e cujo ensino formal em nivel de graduacao e pos-graduacao ocorreu no Departamento de Engenharia Florestal na decada de 80. La foram desenvolvidas varias teses de mestrado e doutorado em Agrossilvicultura, com Sistemas Agroflorestais envolvendo eucaliptos, pastagens, milho, feijao, soja, etc.... Tive a oportunidade de orientar por exemplo o Jorge Ribaski do CNPF, o Luciano Carlos Tavares Marques e Jorge Alberto Gazel Yared, todos da Embrapa. A propria Embrapa, reconhecendo a importancia e o valor da Agrossilvicultura e dos Sisteamas Agroflorestais, mudou o nome dos seus centros da regiao Amazonica. Por exemplo: Centro de Pesquisas Agroflorestais da Amazonia Oriental, da Amazonia Ocidental, do Acre, de Rondonia, etc...

Pesquisadores da Embrapa, em Manaus, criaram tambem a Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais ha muito tempo atras e promovem eventos nessa area.

Em Vicosa, criou-se a Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura, mais abrangente, similar a Sociedade Brasileira de Zootecnia, de Agricultura, etc...

Voltando ao FOCO, parabens pela sua brilhante colocacao sobre o avanco da Agricultura e Pecuaria no Brasil e aproveito para acrescentar que temos tambem a melhor Silvicultura com Eucalyptus do mundo.

Atenciosamente,

Laercio Couto:.

Professor Titular Aposentado
Departamento de Engenharia Florestal da UFV

Adjunct Professor
Faculty of Forestry - University of Toronto - Toronto - Canada

Presidente
Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura
Rede Nacional de Biomassa para Energia
Centro Brasileiro para Conservacao da Natureza e Desenvolvimento Sustentavel

Membro do Conselho da World Bioenergy Association

Laercio Couto
18/12/2010 - 11:49
Prezado Ronaldo,

Me esqueci de comentar que a CNA criou uma Comissao de Silvicultura e Agrossilvicultura da qual tenho a honra de ser Assessor Externo.

Atenciosamente,

LCouto:.

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4 comentários

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