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Equilíbrio é fundamental para conseguir sucesso. A frase que poderia ser tirada de um livro de auto-ajuda condiz mais à realidade da produção em campo do que a maioria pensa. Os produtores estão sempre em busca de tecnologias que aumentem a produtividade da lavoura e o conceito da maioria delas está ligada a uma palavra-chave: equilíbrio, do solo e da planta. É o que explica o fitopatologista Renato Carrer Filho, coordenador de pesquisa da GVS.
O pesquisador diz que para alcansar altas produtividades como 80 sacas de soja por hectare, além de usar materiais com boa genética, é necessário prestar muita atenção na relação solo-planta-microambiente e lançar mão de tecnologias como plantio direto, manejo integrado de pragas, balanço nutricional georeferenciado e aplicação de produtos que melhorem a química e a microbiologia do solo.
— Os alicerces para se conseguir altas produtividades em qualquer cultura são três: o fator solo, fator genética da planta e o equilíbrio fisiológico. A gente sempre busca um equilíbrio solo-planta. Devemos salientar a parte química, física e biológica do solo. Na parte química, por exemplo, a gente busca o equilíbrio nutricional a fim de neutralizar radicais livres e o acúmulo de nitrogênio na seiva da planta que são situações que pre-dispõem o ataque de pragas e doenças — ressalta o fitopatologista.
Carrer Filho estará presente no GVS Tec, evento que acontece dia 19 de março na cidade de Cristalina (GO) e poderá tirar dúvidas dos agricultores presentes. Para melhorar a estrutura física do solo, ele diz que é importante agregar matéria orgânica e muitas vezes utilizar produtos que ofereçam ácidos húmicos ou fúlvicos. Tecnologias conservacionistas como o sistema plantio direto são ótimas regenerar a microbiologia do solo. O mesmo pode ser feito através do uso de produtos com tricoderma, rizobactérias, bacilos e alguns fungos.
O balanço nutricional é muito importante para que a planta se desenvolva adequadamente e atinja seu máximo potencial produtivo. Além da análise de solo tradicional, fundamental para compreender a real necessidade de adubação da área de produção, o pesquisador recomenda uma técnica moderna, o balanço nutricional georeferenciado.
— É uma interpretação feita com um software interno baseado na metodologia de desenvolvimento de várias pesquisas. As recomendações são feitas baseadas nas relações entre os nutrientes, a planta e os teores disponíveis no solo. A correção deve ser feita faixa a faixa, por grades, gerando uma economia de custo e melhora da produtividade — esclarece.
O ataque de pragas e doenças da cultura também têm influência direta na produtividade. O combate aos patógenos é muito importante e deve ser encarado de forma estratégica pelos produtores e o manejo integrado é uma solução muito boa, segundo Carrer Filho.
— A gente vê no dia-a-dia muitos produtos químicos sendo usados e na maioria das vezes com um pouco de excesso e, com isso, estamos intoxicando as plantas. Então, estamos em busca da desintoxicação das plantas através do Manejo Integrado de Pragas e Doenças para usar adequadamente os agrotóxicos — recomenda.
Plantio Cruzado
Outra opção para quem está buscando alta produtividade é fazer o plantio cruzado da soja, diz o fitopatologista. O novo sistema ainda é pouco utilizado no Brasil, é novidade para a maioria dos produtores e ainda é um pouco desconhecido inclusive pelos pesquisadores brasileiros. A ideia central da tecnologia é aumentar a produtividade dobrando a população de plantas por metro quadrado.
— A gente tem que levar em conta alguns cuidados. Como você tem uma população muito alta, tem que ter um manejo diferenciado. Tem que fazer uso mais cedo de produtos contra a ferrugem e usar condicionadores de solo para que o produtor não tenha problemas de patógenos. É importante usar os reguladores para a planta ficar com um sistema radicular bem desenvolvido e diminuir os nós das hastes principais, sem ficar uma soja caneluda e não acamar — ensina.
Ele recomenda ainda outros cuidados como o uso de alguns indutores de resistência, aminoácidos para o sistema radicular ou para o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. Segundo o pesquisador, a nova tecnologia já está sendo testada e os primeiros resultados serão divulgados na revista que antecede o 2º GVS Irriga, evento que acontece em agosto.
Os interessados em mais informações sobre a tecnologia devem entrar em contato com a GVS pelo telefone (61) 3601-1556.
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