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     18/04/2024            
 
 
    

Um dos principais setores da economia brasileira atualmente, o agronegócio convive hoje com uma imagem que vai contra o forte papel social que desempenha. A ele é atribuída a responsabilidade por problemas relacionados a destruição do meio ambiente. O que não se percebe é que essa é uma idéia pouco fundamentada. Está nas propriedades agrícolas o sustento de boa parte da população brasileira e há inúmeras iniciativas sendo feitas para que o impacto ambiental de lavouras e propriedades agropecuárias seja sempre o menor possível. Coloca-se assim em jogo os princípios de sustentabilidade norteando uma atividade que, por sua própria história, sempre ajudou o Brasil a conhecer melhor a riqueza de seu meio ambiente e desempenhou, desde sempre, o mais relevante papel no crescimento socioeconômico da população nacional e no seu posicionamento como fundamental player do mercado internacional do setor.

Esta idéia errônea que se percebe nos discursos de muitas vozes hoje influentes no país, demonstram pouco conhecimento da realidade econômica do Brasil frente aos interesses de grandes países também produtores de alimentos e aos lobbys multinacionais que usam a bandeira verde para dar continuidade a um colonialismo disfarçado que se iniciou no descobrimento do Brasil e de suas grandes riquezas há mais de 500 anos.

Um dos principais pilares deste tipo de ideologia que embasa os discursos pelos quais o agronegócio seria o responsável pelo desmatamento de nossas florestas está também no noticiário da imprensa brasileira. Vive-se hoje em um mundo no qual a mídia é cada vez mais acessível a todos por meio de inúmeras tecnologias.

Na década de 1960, o mundo já discutia a questão da fome com atenção. Em 1968, Paul Ehrlich, um dos pensadores alinhados a Teoria Populacional de Thomas Malthus, escrevia que: “A batalha para alimentar toda a humanidade acabou. Nas próximas décadas, centenas de milhões de pessoas vão morrer de fome, apesar de qualquer plano de emergência iniciado agora. A esta altura nada pode impedir o aumento substancial da mortalidade mundial”. Tal afirmativa se dava com base em estatísticas que demonstravam que a produção de alimentos crescia em uma proporção assustadoramente menor do que o crescimento da população mundial.

Outro embasamento para as conclusões pessimistas sobre o futuro da produção mundial de alimentos está no famoso relatório "The Limits to Growth" (Os limites do crescimento). Tal material, que vendeu milhões de cópias em 30 idiomas, teve conteúdo elaborado por um grupo de cientistas de sistemas do Massachusetts Institute of Technology (o conceituado instituto de pesquisa norte-americano, MIT) e foi publicado, em 1972, pelo Clube de Roma organização sem fins lucrativos que reúne nomes ilustres do cenário europeu nas áreas de ciências, política, negócios, religião, cultura e sociedade civil, para discutir os problemas cruciais enfrentados pela humanidade. Tal relatório analisou diferentes cenários futuros, pesquisou formas de conciliar crescimento econômico e meio ambiente, porém afirmou que o mundo ficaria logo sem matérias primas para sustentar as economias dos povos, o que hoje vemos como uma previsão não confirmada.

Desde essa época até os dias de hoje, desponta no cenário internacional a mudança de postura de uma nação da América do Sul que importava de outros países praticamente todo o volume de alimentos necessários para alimentar sua população (carne, feijão, arroz etc.). Esse país era o Brasil que decidiu expandir a sua produção interna investindo em pesquisas cientificas, e não em subsídios, como é feito até hoje em muitos dos países ditos desenvolvidos.

Com esta estratégia, mudança de cultura e determinação nacional do governo em formar a capacidade produtiva agrícola brasileira, acontece o que denominamos de “A Revolução Verde”. Um gigante tropical agrícola acorda e demonstra ao mundo sua força. Entre suas estratégias nesta luta por espaço no mercado agrícola estão a pesquisa agrícola, a existência de grandes fazendas com aplicação interna de capitais e abertura de mercado, novas práticas de manejo, e, em especial, um povo empreendedor que começa a adotar e a demonstrar ao mundo um modelo de gestão de fazendas único no cenário global.

Este modelo é baseado em fazendas altamente produtivas, sem grandes subsídios estatais - ao contrário do que ocorre em boa parte dos países europeus e nos EUA -, e é mais adaptado a funcionar em países pobres como os de continentes africano e asiático. O modelo se mostrou eficiente e, em pouco mais de 30 anos, o Brasil se tornou o maior produtor e exportador de grãos, fibras e carnes do mundo – um dos temas que é abordado agora pela academia em cursos, como por exemplo, o MBA Business Intution e Agronegócios, em que leciono na Antonio Meneghetti Faculdade e que vem demonstrando o grande interesse do empresariado do agronegócio brasileiro em aprofundar seu conhecimento acadêmico sobre o tema.


 

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Vanessa Couto Silva Costa. UFF/RJ
25/06/2015 - 15:49
Eu, que sou geógrafa realmente não consigo enxergar os benefícios sociais e ambientais que o agronegócio traz para a população, comparando com a agricultura familiar. Também em relação a saúde, já que se valoriza o lucro em detrimento da qualidade do alimento. Se valorizam os transgênicos e agrotóxicos como tecnologia. Os interesses do agronegócio são multinacionais e não pelo país ou pela população. Já que você mesmo citou a ligação com lobistas (estes que estão no nosso governo):
interesses de grandes países também produtores de alimentos e aos lobbys multinacionais que usam a bandeira verde para dar continuidade a um colonialismo disfarçado que se iniciou no descobrimento do Brasil e de suas grandes riquezas há mais de 500 anos.

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