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Kamila Pitombeira
28/01/2013
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Um revestimento comestível aplicado sobre a superfície do coco verde foi desenvolvido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e é capaz de aumentar a vida útil do fruto. A técnica consiste na utilização de uma solução feita a partir de compostos como a quitosana e antioxidantes. No sistema, o coco é recebido, lavado, higienizado e, em seguida, o produto é aplicado por imersão. Com o aumento da vida útil do fruto, a técnica permite ainda que o produtor rural possa expandir sua produção até mesmo para o mercado externo, onde o preço do coco pode chegar a quase o quíntuplo do preço no Brasil.
Segundo Antônio Gomes Soares, pesquisador da área de pós-colheita da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a solução contém alguns compostos, como os polímeros e biopolímeros.
— À medida que mergulhamos e retiramos o coco, há a formação de um revestimento que seca. Esse revestimento protege o coco e faz com que ele tenha uma vida útil maior — afirma o pesquisador.
No caso do coco, a solução apresenta a quitosana, extraída da quitina, um produto natural retirado dos crustáceos. A quitosana é dissolvida em um meio acidificado para que possa ser totalmente solúvel. A esse composto, unem-se ainda compostos antioxidantes permitidos por legislação. Assim, é possível formar o envoltório caracterizado como uma segunda pele do coco.
— É uma técnica simples que demanda apenas local adequado para realizar o procedimento, ou seja, um tanque para mergulhar os frutos e uma mesa para a secagem. Outra vantagem é o baixo custo que gira em torno de R$0,08 por fruto — conta o entrevistado.
Soares diz que, com a técnica, o produto passa a contar com uma vida útil de 40 dias. Já in natura, ou seja, sem qualquer tipo de tratamento dessa natureza, ele duraria no máximo 15 dias.
— Um coco dessa natureza pode ainda ser exportado. Na Europa, por exemplo, um coco verde custa 6€. Levando em consideração que o custo da técnica gira em torno de R$0,08 por coco, o produtor consegue vender o produto a mais ou menos R$14 na exportação. Esses produtos poderiam ainda serem exportados por via marítima — explica.
Ainda de acordo com o pesquisador, a técnica pode ser utilizada para a preservação de outras frutas, mas é preciso realizar estudos diferentes para cada tipo de fruto. Soares conta também que a técnica já está disponível ao produtor rural e que para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Agroindústria de Alimentos através do número (21) 3622-9600.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 01/11/2011
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