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Publicação do Iapar discute alternativas ao cultivo do tabaco
Pesquisadores avaliaram potencialidades com sistema agroecológico no Centro-Sul do Paraná
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Iapar
03/11/2011

O Centro-Sul do Paraná é uma das regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado (em torno de 18% vivem abaixo da linha da pobreza). A população é predominantemente rural e boa parte delas sobrevive da cultura do tabaco (em algumas cidades passa de 50%). A agricultura familiar é predominante e concentra a maior área ao plantio de fumo do estado. Pensando em pesquisar outras potencialidades para essas famílias, um estudo do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) avaliou o consórcio do tabaco com outras culturas em sistema agroecológico. O resultado está no Boletim Técnico Diversificando Áreas com Cultivo do Tabaco, autoria dos pesquisadores Dirk Ahrens, Rafael Fuentes e Róger Milléo. 

 
De acordo com Fuentes, o Brasil faz parte de um grupo de países que busca reduzir o consumo de tabaco no mundo. Segundo Fuentes, há seis anos o Ministério  do Desenvolvimento Agrário lançou um programa para trazer novas opções aos fumicultores. “O programa trabalha na perspectiva da diversificação da produção e não na substituição de cultivos. O objetivo é criar novas oportunidades de geração de renda e qualidade de vida às famílias”, explica o pesquisador.
 
Tendo por base essa perspectiva, o Iapar avaliou sete possibilidades: tabaco convencional com leite;  tabaco orgânico com grãos; tabaco orgânico especializado; tabaco orgânico diversificado; tabaco orgânico mais grãos; sistema agroindústria diversificado e ainda sistema de produção de olerícolas e pequenos frutos. As pesquisas foram realizadas nos territórios Vale do Iguaçu e Centro-Sul do Paraná, que congregam 22 municípios. A Emater e os sindicatos dos trabalhadores rurais de Rio Azul e de São Mateus do Sul contribuíram para a escolha das propriedades.
 
Entre as diversas opções estudadas, uma das mais benéficas à saúde foi o sistema agroecológico. Segundo Ahrens, o tabaco orgânico permite que o agricultor não manuseie agrotóxico, mesmo assim ele está sujeito a outros problemas. “Na fase vegetativa, o produtor entra em contato com as folhas de fumo, que contém nicotina, podendo haver intoxicação”, ressalta. Embora algumas famílias tenham apresentado dificuldade para se adequar às regras da certificadores de produtos orgânicos, Ahrens acredita que vale a pena. “As exigências das certificadoras são normais, como para qualquer outro produto com essa característica. Já no primeiro ano de transição, que consiste no banimento dos agroquímicos, há um bônus pago pelas fumageiras sobre o preço, que no terceiro ano pode chegar a 50% do valor do convencional”. O pesquisador, porém, faz uma ressalva. “Os sistemas agroecológicos não contam com uma cadeia produtiva organizada como o do tabaco, para o qual existe crédito, seguro e comercialização regulamentados”. 
 
As pesquisas também mostraram que a diversificação é uma das únicas estratégias viáveis para diminuir a dependência do tabaco, que deixa o produtor muito vulnerável do mercado pela forte dependência da indústria fumageira. Os estudos comprovam que o fumo pode ser totalmente substituído nas propriedades desde que haja agregação de valor aos produtos. 
 
Dois bons exemplos ocorreram em União Vitória e Rio Azul. Naquela, o tabaco deixou de ser plantado após 10 anos de atividade, o que só foi possível graças ao investimento em hortaliças e frutas orgânicas, que inicialmente eram vendidas em Curitiba e Região Metropolitana. Com os bons resultados, a família decidiu investir em uma agroindústria onde processa mel, uva e pepino em conserva. Além disso, eles entregam mel e feijão em escolas, creches e asilos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 
 
Em Rio Azul a família deixou a plantação de fumo ao produzir e processar hortaliças e frutas orgânicas e vendê-las nas cidades. As duas propriedades tiveram o apoio do projeto Rede de Propriedades Familiares Agroecológicas do Iapar. A instituição há mais de 20 anos estuda os sistemas de produção na região.
 
Milléo salienta a necessidade das famílias de agricultores produzirem o próprio alimento. “A opção pelo autoconsumo é importante para a segurança alimentar, além de permitir compensações de renda bastante significativas”, explica. Segundo ele além de assegurar uma dieta mais rica em nutrientes, o autoconsumo pode trazer mais qualidade de vida às famílias. “A renda total de uma família não advém exclusivamente da renda monetária, mas também da renda não mentária, oriunda da contabilização da produção destinada ao consumo interno, que diminuiu as despesas com a manutenção alimentar”.
(Lucas Araújo)
 
Serviço
 
O Boletim Técnico Diversificando Áreas com Cultivo do Tabaco é dirigido a técnicos e extensionistas. A publicação custa R$ 8,00 e pode ser adquirida na Área de Difusão de Tecnologia do Iapar pelo telefone (43) 3376-2373 ou pelo site www.iapar.br.
 
 
 
 
 
 
 
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