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Embrapa Instrumentação
23/07/2013
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A expertise de cientistas, aliada à riqueza dos recursos hídricos está atraindo ao Brasil um grupo de estudantes de pós-doutorado da Universidade de Surrey (Reino Unido) e da Universidade do Estado da Carolina do Norte (Estados Unidos). Em viagem ao país, eles participam, no dia 25, de um debate com os pesquisadores Silvio Crestana e José Galizia Tundisi, na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), a partir das 8h30.
Liderada pela Universidade de São Paulo (USP), que junto com as duas instituições internacionais integram a University Global Partnership Network (UGPN), a visita dos doutores ao país teve início no dia 21, na capital paulista, com a participação em diversas discussões sobre o gerenciamento e segurança dos recursos hídricos. Em São Carlos, o grupo chega no dia 24, realiza visitas e também participa de debates na USP.
A UGPN é uma rede de universidades, fundada em 2011, que tem como objetivo o intercâmbio de pesquisadores e a colaboração no desenvolvimento de pesquisas sobre temas de interesse global.
O seminário na Embrapa Instrumentação será aberto pelo secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, José Galizia Tundisi, que vai falar sobre situação dos recursos hídricos no Brasil. Em seguida, o ex-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, vai apresentar aos estudantes estrangeiros um panorama da agricultura tropical, a produção de alimentos, uma visão geral dos recursos hídricos, desafios em ciência e tecnologia, além das oportunidades de cooperação internacional no tema. O pesquisador é responsável por duas disciplinas no curso de pós-graduação do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA) da USP, campus São Carlos - as atividades agrícolas e qualidade dos recursos da terra e da água; transporte e previsão do destino de solutos na região não-saturada do solo.
Com a visão de quem vê o Brasil como player mundial em agricultura, ele aponta as razões que atraem os cérebros estrangeiros ao país, entre elas, o mercado potencial de trabalho e de investimento para empresas de consultoria, que vislumbram uma oportunidade de expansão de fronteira.
Embora o país se apresente como referência agrícola, como produtor mundial de alimentos, o cientista chama a atenção para fatos que terão implicações sobre os recursos hídricos do país: oportunidade expansão da área irrigada, o aumento da demanda pelo uso da água, decorrente da necessidade maior por produção de alimentos, e a qualidade dela nos mananciais, em virtude da quantidade dos insumos e esgoto humano levados pelas chuvas torrenciais, típicas de regiões tropicais.
Os impactos das atividades agrícolas sobre os recursos do solo, da água e da biodiversidade não devem ser menosprezados e sim analisados com a atenção. “O mercado brasileiro de pesticidas, por exemplo, já é o maior do mundo, um negócio de US$ 9.71 bilhões, o que corresponde a 823.226 toneladas de pesticidas e 346.583 toneladas de ingredientes ativos, aplicados para a produção agrícola”, afirma. Os dados da Agência Nacional de Água (ANA) de 2012 ainda revelam que o comércio de fertilizantes foi de 29,53 milhões de toneladas.
O caminho apontado pelo pesquisador para a redução dos impactos é a gestão dos recursos hídricos e estudos científicos capazes de diagnosticar, avaliar e atenuar efeitos prejudiciais ao uso racional da água. As oportunidades de cooperação internacional em ciência e tecnologia para a agricultura e recursos hídricos observadas por Crestana são várias, sendo uma delas os estudos promovidos pela Rede AgroHidro, um projeto conduzido e apoiado pela Embrapa para desenvolver pesquisas, gerar conhecimento e tecnologias relacionados às interações da agricultura sobre as suas diferentes atividades.
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