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Nutrição Vegetal      
Fertilizante de base mineral aumenta produtividade
Material ainda permite reduzir em 50% a necessidade do ciclo de irrigação
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Alana Gandra, Agência Brasil
09/04/2014

Um composto mineral, descoberto por meio de um projeto multidisciplinar que envolveu quatro instituições científicas vinculadas ao governo federal, pode produzir fertilizante que aumenta a produtividade agrícola e reduz, ao mesmo tempo, o impacto ao meio ambiente.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Ministério de Minas e Energia. A invenção Composição Mineral Zeolítica, Processos de Modificação e Utilização teve patente concedida recentemente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

A pesquisadora do Cetem Marisa Monte destacou que a parceria com a Embrapa foi essencial para fazer uma inovação no uso do mineral para aplicação na agricultura. A partir da produção de concentrados zeolíticos (grupo numeroso de minerais que têm uma estrutura porosa), foram efetuadas modificações nas propriedades de superfície dessas partículas, de modo que elas pudessem fazer a troca de nutrientes, que é típico de materiais porosos.

No processo, foi utilizada uma zeólita do Brasil, encontrada no Maranhão, que não é altamente pura como as zeólitas de Cuba, por exemplo, porque vem misturada com outras argilas. Marisa observou, porém, que “a mistura da argila com ela promove uma boa capacidade de troca e faz com que ela consiga usar esses nutrientes na agricultura”.

Outra vantagem desse material poroso, disse, é na irrigação. “Ele reduz em 50% a necessidade do ciclo de irrigação”. O trabalho comparou, ainda, a utilização de material comum incorporado com ureia (amônia), que é usado na agricultura, com o composto mineral desenvolvido a partir de concentrados zeolíticos.

“Com esse material, a gente descobriu que podia reduzir em 80% a perda de nutrientes na volatização”, pelo fato de liberar mais lentamente e estar mais protegido. “O aquecimento faz com que a amônia volatilize tanto quanto acontece quando você joga ureia a lance [no pasto ou no plantio]”. Isso significa que, como o composto zeolítico faz troca de nutrientes, ele capta o excesso e libera os nutrientes de forma bem lenta. “É como na alimentação infantil. Não adianta querer dar tudo de uma vez. Tem que dar aos poucos. A mesma coisa [se aplica] à planta, para ela crescer”, explicou.

Inicialmente, foram feitos testes para o crescimento de mudas de plantas cítricas. O Brasil é o primeiro do ranking mundial na produção de mudas, disse a pesquisadora do Cetem. Essas mudas crescem em ambientes fechados, livres de contaminação. O uso do material para crescimento das mudas aumentou em 40% a produtividade.

Depois, foram feitos testes com tomate, alface e arroz em ciclos de cultura. Também aí, os testes comprovaram que o material libera lentamente os nutrientes. “Você pode usar o material em uma, duas ou três culturas diferentes”. Outros testes foram feitos com o plantio de flores, obtendo o mesmo resultado.

Marisa admitiu que a descoberta pode, “de certa forma”, vir a substituir a importação de fertilizantes pelo Brasil. “O consumo é menor do que utilizando fertilizantes solúveis, que não são produtivos. Então, de certa forma, você pode reduzir a importação. Porque, se ele libera [nutrientes] lentamente, a planta pode ir absorvendo no tempo que é compatível como o seu metabolismo, com o seu crescimento. Dá para você criar um protocolo analítico para essas coisas”.

Já de posse da patente, os pesquisadores têm intenção agora de comercializar o produto. Marisa informou que algumas empresas, entre as quais a Petrobras, já manifestaram interesse. Ela adiantou que a ideia de utilizar a matriz abre a perspectiva de usar o composto com outros minerais porosos, sempre com o projeto de utilização como fertilizante. Marisa salientou, ainda, que a aplicação do material seria interessante na agricultura orgânica, porque pode fazer incorporações nas zeólitas, e não utilizar produto químico.

De acordo com o Cetem, o invento é uma alternativa ao uso de fertilizantes solúveis, que poluem as águas e geram desperdício de nutrientes.

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Francisco Cunha
09/04/2014 - 13:30
Esta informação tem sido divulgada em muitas mídias. Entretanto, os dados que comprovam a maior eficiência em nenhum momento são citados nem mesmo a respeito da publicação dos resultados em revistas científicas.
É mais uma daquelas ¨tecnologias acreditem em mim¨ ou de fato existem dados agronomicamente, economicamente e ambientalmente comprovados?

José Marcos Leite
09/04/2014 - 17:03
Concordo plenamente com o Francisco cunha. Além disso esta reportagem apresenta alguns erros técnicos. Por exemplo: "ureia (amônia)", o nitrogênio da ureia está na forma amídica. A ureia quando aplicada ao solo, por meio da enzima urease se hidrolisa e transforma em amônia ou amônio (depende do pH) e libera outros gases como o CO2.
Outro erro, "o consumo é menor do que os fertilizantes solúveis que não são produtivos". Como assim? Não entendi esta frase.

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