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Máquinas e Equipamentos    
Colhedora de café para região de montanhas
Guiada por controle remoto, máquina realiza procedimentos em áreas com inclinação de até 50%
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Marcel Ângelo, Rede Consórcio Café
03/07/2014

Uma máquina desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) pode revolucionar a cafeicultura mundial – atividade que movimenta bilhões de dólares por ano e representa, historicamente, um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil. O país, que lidera a produção e o comércio do grão em todo o planeta, poderá agora assumir a vanguarda tecnológica na colheita do café, por meio de um equipamento - guiado por controle remoto - que permite a realização desse procedimento em áreas com inclinação de até 50%.

A expectativa é de que a invenção traga significativos avanços na área de cultivo, já que as colhedoras convencionais não podem ser utilizadas em plantações cuja declividade seja superior a 10%. Tal limitação inviabiliza a colheita mecanizada em regiões de montanha, a exemplo de Minas Gerais, onde o procedimento é predominantemente manual. Além de ser menos eficiente e, por conseguinte, mais caro, colher o café à mão vem deixando de ser uma opção devido à indisponibilidade de mão de obra – que tem migrado para outros segmentos da economia, como a construção civil.

Protótipo da nova colhedora, já em escala industrial, é o resultado de um ano e dois meses de trabalho de uma equipe de pesquisadores da UFV

O protótipo da nova colhedora, já em escala industrial, é o resultado de um ano e dois meses de trabalho de uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Mecanização Agrícola, vinculado ao Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. A concepção tomou forma a partir das pesquisas orientadas pelo professor Mauri Martins Teixeira e elaboradas pelo então estudante de doutorado em Engenharia Agrícola, Marcos Vinícius Morais de Oliveira, atualmente professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Outro participante da iniciativa é o engenheiro agrícola Gustavo Vieira Veloso, hoje cursando doutorado na UFV.

Com 12 motores elétricos, o equipamento tem particularidades que possibilitam sua ação inovadora. Uma delas é um sistema de acionamento independente nas quatro rodas, que favorece sua locomoção na lavoura e permite que a máquina gire em torno de seu próprio eixo. Para efeito de ilustração, é como se um carro fosse estacionar e, em vez de fazer as manobras mais conhecidas, parasse ao lado da vaga, girasse as rodas 90 graus em direção ao local onde pretende ficar e estacionasse. Como explica o professor Mauri, “o espaço demandado para fazer curvas, por exemplo, passa a ser bem menor, dispensando a área de manobra e favorecendo a ampliação do terreno para cultivo”.

Outra vantagem da colhedora de café é ter um chassi que permite a articulação da sua estrutura superior, já que os equipamentos convencionais têm um sistema hidráulico de compensação da inclinação. Mas um dos maiores destaques está no alto da máquina, onde fica o mecanismo de articulação, que, conforme o nome, permite sua articulação, propiciando a colheita em terrenos com declividade em torno de 50%, mantendo os derriçadores sempre a uma mesma altura do solo. Com isso, a colheita é feita em toda a planta, independentemente da inclinação. “Vamos fazer alguns testes, mas acreditamos que seja possível a utilização da máquina em áreas com até 80% de inclinação”, afirma o professor Mauri.

Outro diferencial que chama a atenção na invenção é seu acionamento a distância, controlado remotamente, tornando sua operação mais segura. “Uma possibilidade bem viável é a instalação de câmeras, fazendo com que a máquina seja operada de uma sala de controle”, observa o professor Mauri, que destaca, também, o papel da UFV no contexto das tecnologias voltadas ao campo. “Com um volume de recursos modesto, mas com empenho e criatividade da equipe, foi possível dar origem a esse equipamento. Mais uma vez, a Universidade demonstra sua capacidade de trazer benefícios à sociedade brasileira por meio da pesquisa”.

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