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Franco Fiorot, Rurale
17/07/2014
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O Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) concluiu um estudo estratégico que quantificou o potencial de regeneração de florestas nativas nas diferentes regiões do Estado do Espírito Santo. O resultado desperta atenção de especialistas com a conclusão que 60,8% da área estadual, o que equivale a 2.804.431 hectares, apresentam um alto potencial de regeneração natural de florestas nativas. Na maior parte dessas áreas, não é necessário o plantio de mudas para a restauração florestal.
Realizado em conjunto com a Secretaria de Estado de Agricultura, o estudo teve como objetivo fornecer informações para contribuir no processo de aumento da cobertura florestal nativa, de forma simples, eficiente ecologicamente e com baixo custo (veja recomendações abaixo). “Dessa forma, é possível ter uma maior aceitação pelos produtores rurais e outros componentes do setor florestal capixaba, o que facilitará o cumprimento da legislação pertinente”, destaca Gilmar Dadalto, coordenador técnico do Cedagro, entidade que visa a defesa, promoção e fortalecimento do setor rural capixaba.
Durante o desenvolvimento do levantamento, foi realizada a comparação nas fotos aéreas de 1975 e 2008 e verificada a existência de fragmentos regenerados (Figura 1 abaixo). Com a análise, essas áreas foram visitadas em campo e os profissionais checaram o estágio de regeneração, avaliando importantes parâmetros como distância entre fragmentos regenerados e matriz, velocidade de regeneração, histórico de uso da área regenerada, estudo florístico identificando e quantificando as principais espécies florestais encontradas, entre outros.
O Estado foi dividido em 12 zonas naturais (Figura 2), sendo que as zonas Central Serrana, Transição Metropolitana/Central Serrana e Extremo Sul Acidentado foram as que apresentaram maior potencial de regeneração natural (mais de 90% de potencial), enquanto as zonas Extremo Norte, Tabuleiro Sul/Extremo Sul Baixo e Litoral Norte apresentaram menos de 35% de potencial de regeneração natural. Os dados mostram que existe uma grande diferenciação de potencial entre as diferentes regiões/zonas naturais do Estado em função principalmente da variação da cobertura florestal nativa, do solo e do clima.
Naturalmente
O estudo realizado pelo Cedagro verificou também que, entre 1975 e 2008, 18.979 fragmentos florestais se regeneraram naturalmente no Espírito Santo, ocupando uma área de 106.554 hectares. O índice representa que, em média, cerca de 3.229 hectares de florestas nativas foram regenerados anualmente. “A tendência é que essa área anual regenerada nos últimos anos seja bem maior que no passado, em função da existência de legislação, que a partir de 1993 proibiu o corte de mata atlântica, e do maior rigor da fiscalização e processos educativos ambientais”, diz o engenheiro agrônomo Gilmar Dadalto.
Recomendações como estratégia geral de restauração florestal na maior parte das áreas zoneadas, ressalvadas as particularidades locais:
a) Zonas com alto e transição médio/alto potencial de regeneração natural - o simples isolamento das áreas dos fatores de degradação, caso houver;
b) Zonas com médio potencial de regeneração natural - isolamento dos fatores de degradação e a adoção de técnicas de nucleação (transposição de serapilheira/solo, semeadura direta, etc.);
c) Zonas com baixo potencial de regeneração natural - adoção de técnicas de nucleação (transposição de serapilheira/solo, semeadura direta, etc.) em conjunto com o plantio de mudas seguindo modelos ecológicos de baixo custo.
Figura 1 – Fotografias aéreas do ano de 1975 e 2007/2008 demonstrando um fragmento florestal regenerado no município de Guarapari - ES
Figura 2 – Mapa de classificação do potencial de regeneração natural do Espírito Santo
Vila Pavão, ES: fragmento florestal em estágio médio de regeneração, com 34 anos de regeneração e ocupada anteriormente durante 20 anos por culturas agrícolas, a 200 metros da floresta fornecedora de propágulos
Guaçuí (ES) - Fragmento florestal em estágio médio e com 12 anos de regeneração (parte inferior da foto), a 250m abaixo da floresta matriz (parte superior da foto)
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