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Sanidade vegetal      
Controle biológico no manejo das lagartas que atacam o milho
Lagarta-do-cartucho com ovos de mosca da família Tachinidae que parasitam a praga
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Ivan Marinovic Brscan, Embrapa Tabuleiros Costeiros
22/07/2014

Os prejuízos causados pela lagarta Helicoverpa armigera, sobretudo nas lavouras de milho do oeste da Bahia, mobilizaram pesquisadores, autoridades e profissionais agrícolas de Sergipe com objetivo de melhor conhecer essa praga, como também se atualizar das diversas lagartas que atacam o plantio de milho no Estado.

A Embrapa Tabuleiros Costeiros organizou palestra na última quarta-feira (16) ministrada pelo entomologista Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo de Sete Lagoas (MG), e também visita de campo com o objetivo de constatar a presença de lagartas, seus insetos predadores e outros agentes benéficos. O evento contou também com reuniões técnicas com o objetivo de articular ações para o manejo das pragas mais comuns como a lagarta do cartucho, da espiga, pulgão do milho como também da Helicoverpa armigera.

"A primeira coisa que o produtor precisa saber é quando e qual praga chega em sua lavoura", disse o pesquisador Ivan Cruz que recentemente recebeu o prêmio Frederico de Menezes Veiga por suas pesquisas com controle biológico, sobretudo sobre a lagarta-do-cartucho, que ainda é a principal praga da cultura do milho em Sergipe.

"Muitas vezes, o produtor quando toma uma atitude, a praga já está na lavoura e causou muitos estragos", complementou. Ele destaca o uso inteligente de tecnologias no Manejo Integrado de Praga (MIP) recomendando o monitoramento, como primeiro passo, com armadilhas de feromônio, um atraente sexual da mariposa macho, para detectar sua presença.

Foi dessa forma que técnicos recentemente detectaram a presença da Helicoverpa armigera no Estado de Sergipe, em dois municípios, Carira e Propriá. Durante a palestra do pesquisador Ivan Cruz, na Embrapa, o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, na presença do secretário da Agricultura do Estado de Sergipe, Francisco Dantas, anunciou oficialmente a chegada dessa lagarta que já mobilizou muitos profissionais agrícolas e autoridades em todo o país.

Uma vez capturadas em armadilhas de feromônio, pode-se identificar o tipo de lagarta e definir a tecnologia adequada para o controle. Tanto para a lagarta Helicoverpa armigera como para outros tipos, o pesquisador Ivan Cruz recomenda o controle biológico aplicado que visa à redução dessas pragas através dos seus inimigos naturais.

Inimigos naturais
"Para cada tipo de lagarta, existe um inimigo natural. No caso da lagarta-do-cartucho como para a Helicoverpa armigera, a grande saída para o produtor é uma vespa de apenas 0,5 mm, o Trichogramma , que uma vez liberada na área, consegue sentir o cheiro do ovo da praga e coloca nele seu próprio ovo, evitando assim, o nascimento da lagarta", disse Ivan. Ele ressalta que o método é muito eficiente e não causa nenhum risco ao meio-ambiente. "É chamada de tecnologia limpa", destaca ele.

O pesquisador Ivan Cruz sugere a criação em Sergipe de uma biofábrica para produção em larga escala de organismos benéficos, sobretudo o Trichogramma, evitando danos da praga e causando impacto positivo na sociedade com segurança alimentar reduzindo a quantidade de agrotóxicos, além de ser barato e de fácil aplicação para o produtor.

Ele conta que, em 2012, a Helicoverpa armigera causou prejuízo enorme nas lavoras do oeste da Bahia por não ter os organismos benéficos devido a aplicação massiva de agrotóxicos que também os destruíram, causando enorme desequilíbrio. Ele salientou que em outros Estados o problema não foi tão grave, pois não havia tanto desequilíbrio devido a presença dos insetos benéficos predadores das lagartas.

Ele acredita que não seja o caso do Estado de Sergipe onde predomina a agricultura familiar e médio porte com uso menos intenso de agrotóxicos que causam desiquilíbrio ao meio ambiente. "Nós já sabemos que em Sergipe existe uma quantidade razoável de inimigos naturais da praga, evitando que o dano seja grande", disse.  

Agrotóxicos
Ivan Cruz não dispensa totalmente os agrotóxicos. "Deve ser utilizado quando outros métodos não funcionarem". Mas ressalta que o agricultor deve realizar o manejo integrado pragas com as tecnologias menos impactantes ao meio ambiente, sobretudo as que não afetem os insetos benéficos. "Temos mais de 300 formulações de agrotóxicos. A questão não é só o veneno, mas a tecnologia de aplicação, pois o uso inadequado cria resistência na praga ao agroquímico, além de outros problemas", complementa.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Adenir Teodoro, os produtores em Sergipe geralmente utilizam produtos agrotóxicos do grupo dos piretroides, muito tóxicos aos organismos benéficos que controlam as lagartas que atacam o milho. "O ideal é a utilização de produtos biológicos ou do grupo das diamidas, reguladores de crescimento e espinosinas, considerados menos tóxicos a esses organismos benéficos", relata o pesquisador.

A coordenadora de Defesa Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, que esteve presente ao evento, afirmou que a Helicoverpa armigera está sendo monitorada em Sergipe com a instalação de armadilhas específicas, em 15 municípios do Estado, além de 55 técnicos da Emdagro trabalhando com lagartas. Essa é uma ação do grupo de trabalho Helicoverpa, coordenado pela Emdagro e comporta a Embrapa Tabuleiros Costeiros, IFS, Codevasf, Mapa e Cohidro.

"É um trabalho de prevenção que prepara os técnicos, as instituições e o produtor rural para o avanço da Helicoverpa armigera em Sergipe. Estaremos preparados com um corpo técnico, sabendo o que fazer", assegurou Aparecida.

Manual
Para conhecer melhor o problema na cultura do milho, a Embrapa recomenda o Manual de Identificação de Pragas do Milho e de Seus Principais Agentes de Controle Biológico, editado pelo pesquisador Ivan Cruz, destinado a atender técnicos, produtores agrícolas e estudantes. A obra traz muitas ilustrações do ciclo biológico dos insetos-pragas como também os principais organismos benéficos tanto do milho.

O livro pode ser adquirido através do site www.sct.embrapa.br/liv ou entrando em contato por e-mail vendas@sct.embrapa.br ou pelos telefones do SAC da Embrapa Tabuleiros Costeiros (79) 4009-1344 ou diretamente na sede da Embrapa, em Brasília, através do tels. (61) 3340-9999 ou (61) 3340-2753.

A Embrapa mantém um portal prestando esclarecimentos sobre a lagarta Helicoverpa armigera com informações sobre como se prevenir abordando os riscos, manejo, controle com inseticidas e controle biológico, dentre outros.

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