O Estado do Amazonas produziu grãos (arroz, feijão-caupi e milho) em uma área de 21,5 mil hectares (ha), na safra 2012/2013, com produção total de 41,7 mil toneladas, obtendo, assim, produtividade média de 1.940 kg por hectare (kg/ha), segundo levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A cultura do arroz foi cultivada em 2.900 ha, com produtividade média de duas t/ha. O feijão-caupi obteve média de 897 kg/ha em 5.700 ha de área cultivada no estado. Já a cultura do milho produziu em média 2,4 t/ha numa área de 12.900 ha.
Os grãos são cultivados no Estado do Amazonas em basicamente dois ecossistemas de produção, sendo um de terra firme e o outro em áreas de várzea.
O ecossistema de produção em terra firme caracteriza-se por não ser inundável, pela possibilidade de cultivá-lo durante o ano todo, desde que atenda às peculiaridades de cada cultura, como época de semeadura, por exemplo, e pela baixa fertilidade natural do solo. Enquanto que o ecossistema de produção na várzea caracteriza-se pela inundação periódica, o que proporciona uma limitação no período de cultivo das culturas agrícolas, e pela elevada fertilidade natural do solo, devido à renovação anual de seus elementos fertilizantes nos períodos de cheia.
Ambos os ecossistemas apresentam uma agricultura de pouca eficiência, devido ao uso de baixa tecnologia pelos produtores. O estado caracteriza-se como grande importador de produtos alimentares, como feijão-caupi, milho e arroz, o que implica em evasão de divisas na sua economia. Além disso, nas últimas décadas, Manaus vem apresentando considerável expansão demográfica, o que ocasiona aumento no consumo e, consequentemente, na importação dos produtos mencionados.
Porém, uma série de fatores, passíveis de realização pelos agricultores amazonenses, garantem bons resultados com o cultivo de grãos, especialmente: semear em época adequada, escolher cultivares recomendados pela pesquisa, pois estas já foram avaliadas em diversos locais e por vários anos; utilizar uma população de plantas ideal; realizar controle de plantas daninhas e pragas no momento correto. Além disso, em terra firme, é importante descompactar o solo e disponibilizar a quantidade de nutrientes que o solo necessita, identificada na análise química de solo, por meio de preparo do solo, calagem e adubações.
A Embrapa Amazônia Ocidental tem participado ativamente de programas de introdução e avaliação de genótipos das culturas de arroz, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão em Goiânia, GO; de feijão-caupi, em parceria com a Embrapa Meio Norte em Teresina, PI; e de milho, em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo em Sete Lagoas, MG, visando identificar materiais genéticos (cultivares e linhagens) mais adaptados, resistentes e produtivos para as condições edafoclimáticas do Estado do Amazonas, desde 1974.
Neste programa de pesquisa foram recomendadas quatro cultivares de arroz, 11 cultivares de feijão-caupi, sendo duas delas selecionadas na própria Unidade, e 10 variedades de milho, sendo uma delas desenvolvida na Unidade. Essas cultivares são recomendadas para o cultivo em condições dos ecossistemas de terra firme e de várzea de diversas regiões do Estado do Amazonas.
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