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Florestas      
Agricultores familiares e pesquisadores discutem manejo florestal sustentável
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Katia Pichelli, Embrapa Florestas
20/08/2014

"Minha formação, antes mesmo de nascer, é ser agricultor". Foi desta forma que o agricultor familiar Bernardo Vergopolen se apresentou aos participantes de um dia de campo na Estação Experimental da Embrapa em Caçador (EEEC), Santa Catarina. E este foi o tom do evento, que reuniu agricultores familiares do PR e SC, pesquisadores e técnicos de instituições públicas e promoveu uma intensa troca de experiências sobre manejo florestal sustentável em pequenas propriedades.

Entre os pontos abordados, um dos que mais chamou atenção foi o manejo da taquara, uma gramínea que forma caules ocos e pode se tornar uma praga em florestas nativas, prejudicando o seu desenvolvimento. Pesquisadores mostraram experimentos em andamento com diferentes formas de manejo e controle, ressaltando que esta gramínea impede a regeneração natural da floresta. Os participantes sugeriram que as pesquisas gerem dados para subsidiar a legislação, que em alguns locais impede o manejo da taquara.

Outros experimentos visitados pesquisam a conversão de áreas degradadas em sistemas agroflorestais, onde estão sendo testadas espécies florestais nativas, como araucária, bracatinga e bracatinga-de-campo-mourão, com espécies frutíferas e cultivos agrícolas, além da erva-mate, espécie florestal tradicional da região Sul e que se desenvolve bem em locais sombreados. "Quando trabalhamos com sistemas integrados de produção, precisamos saber olhar o todo do sistema, e não dar atenção a somente uma espécie", explicou a pesquisadora Maria Izabel Radomski, pesquisadora da Embrapa Florestas e responsável pelo dia de campo. A intenção é sempre conjugar a recuperação ambiental com a possibilidade de geração de renda ao produtor rural.

Outro ponto destacado no dia de campo foi a conservação da espécie Araucaria angustifolia, conhecida como araucária ou pinheiro-do-paraná. A EEEC tem exemplares de araucária centenários e trabalha-se, hoje, para identificar formas bem sucedidas de plantios de novas árvores, tanto para recuperação ambiental quanto conservação da espécie, e também seu manejo. A pesquisadora Maria Augusta Doetzer Rosot, da Embrapa Florestas, mostrou formas diferentes de plantio de araucária e como estão se desenvolvendo.

"Se não ajudarmos a floresta a se recuperar, possivelmente vamos perder toda riqueza desta espécie", ponderou a pesquisadora. O professor da Universidade Federal do Paraná, Nelson Rosot, ressaltou os aspectos silviculturais da araucária e das espécies que fazem parte do seu ecossistema, como imbuia, cedro e erva-mate. "Se não auxiliarmos com manejo florestal, poderemos perder a riqueza econômica e ambiental proporcionada por estas espécies. Precisamos cada vez mais pesquisar e melhorar sua silvicultura, com respostas sobre controle de pragas, competição, manejo, entre outras", alertou Rosot.

Para Anésio da Cunha Marques, analista ambiental do ICMBio/Flona de três Barras, o dia de campo foi interessante pois mostrou iniciativas de uso da floresta de forma sustentável. "A legislação muitas vezes não permite fazer manejo porque não existe fundamentação científica para gerar critérios de manejo para florestas nativas. À medida que o produtor puder manejar mais, vai conservar melhor os remanescentes florestais", ponderou Anésio.

A pesquisadora Ana Hanisch, da Epagri, lembrou que cada pesquisa gera muitas informações a serem sistematizadas, "e este é um grande desafio para a pesquisa com florestas nativas".

Do lado dos agricultores familiares, José Licheski, de São Mateus do Sul, lembrou que "o produtor rural depende de madeira para tudo em sua propriedade e precisa saber manejar melhor este recurso, em especial as espécies nativas, que precisam também ser preservadas". Ele ressaltou que a prefeitura de seu município adquiriu uma serraria móvel para agregar valor à madeira produzida pelos produtores rurais do município.

O técnico agrícola Ednílson Pereira Gomes, do Iapar, finalizou o dia de campo ressaltando que o dia de campo possibilitou o encontro de diferentes saberes, postos de vista e experiências para construção conjunta de alternativas para a agricultura familiar.

O dia de campo faz parte do projeto "Uso e conservação da araucária na agricultura familiar", coordenado pela Embrapa Florestas.

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