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Agroenergia        
Programa agroflorestal para energia e alimentos será implantado no Nordeste
Programa do Icraf foi lançado ano passado na África e na Ásia, procurando desenvolver sistemas agroflorestais sustentáveis para a produção integrada de alimentos e matérias-primas para biocombustíveis
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Vivian Chies, Embrapa Agroenergia
29/08/2014

A Embrapa vai desenvolver um programa com agricultores familiares do Nordeste brasileiro, que tem como objetivo a produção de macaúba em sistemas agroflorestais para gerar alimentos e matéria-prima para bioenergia. A iniciativa integra o Programa para Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis do World Agroforestry Centre (Icraf), financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad) e o Governo da Índia. O acordo de cooperação entre a Empresa brasileira e o Icraf foi assinado na semana passada, durante a segunda reunião do comitê diretivo do programa, em Brasília/DF.

O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, explicou que a macaúba é uma palmeira nativa do Brasil, encontrada em várias regiões, cujo fruto tem grande potencial de ser utilizado na produção de biodiesel, biocombustíveis de aviação e outros produtos. "A produtividade de óleo é próxima à do dendê", diz Souza.

Na assinatura do acordo com o Icraf, o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, disse que a Empresa está feliz com a participação no projeto, especialmente porque envolve o estudo de uma cultura que compõe a biodiversidade brasileira. A macaúba será utilizada como componente de floresta das áreas que farão parte do projeto. Pinhão-manso e culturas de uso alimentar como amendoim, feijão e soja também devem entrar na composição.

Inicialmente, as ações serão desenvolvidas no município de Piracuruca, no Piauí, e envolverão três unidades da Embrapa – Agroenergia (Brasília/DF), Cerrados (Planaltina/DF) e Meio Norte (Teresina/PI) –, além da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Viçosa e a empresa Acrotech. Foi estabelecida também parceria com a Fazenda Tiracanga, onde será estabelecida uma área de demonstração para as 39 comunidades que devem participar do projeto.

Embora seja muito conhecida dos brasileiros, a macaúba ainda é pouco explorada comercialmente e carece de cadeia produtiva estabelecida. Há algumas iniciativas, como uma cooperativa em Minas Gerais que cultiva as palmeiras e comercializa o óleo e comunidades extrativistas que obtém renda com a venda do fruto. Em julho deste ano, a macaúba teve, pela primeira vez, preço mínimo estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agora, as empresas têm que pagar pelo menos de R$ 0,48 pelo quilo do fruto nos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Segundo o coordenador-geral de Biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário, André Machado, antes o mercado oferecia entre R$ 0,13 e R$ 0,25 pelo produto.

Contexto
O Programa do Icraf no qual está inserido o projeto para o Nordeste brasileiro foi lançado no ano passado e atua principalmente na África e na Ásia, procurando desenvolver sistemas agroflorestais sustentáveis para a produção integrada de alimentos e matérias-primas para biocombustíveis. Tem um cunho social forte, já que pretende beneficiar comunidades pobres, melhorando a qualidade de vida e a segurança alimentar.

Durante a reunião do comitê diretivo, na semana passada, o representante do IFAD, Shantanu Mathur, explicou porque a instituição está investindo na produção de matérias-primas para biocombustíveis. "Em quatro décadas trabalhando para a redução da pobreza, descobrimos que a produção de alimentos sozinha não é suficiente", afirmou.

Manoel Souza, que é membro do comitê diretivo, lembrou que a busca por fontes de energia mais sustentáveis abre oportunidade de renda para pequenos agricultores e suas famílias. Além do etanol e do biodiesel, uma das expectativas é o surgimento do mercado de biocombustíveis de aviação, já que a associação internacional das empresas de transporte aéreo (IATA, na sigla em inglês) se comprometeu a reduzir em 50% as emissões de gás carbônico até 2050. Para o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, diversificação das culturas agrícolas empregadas como matérias-primas é a chave para incluir pequenos produtores de diferentes regiões nas cadeias produtivas.

Outro ponto fundamental é tratar os biocombustíveis como negócio e estabelecer políticas públicas, lembra o diretor do Programa de Biocombustíveis do Icraf, Navin Sharma. Na opinião dele, foram esses dois fatores que fizeram do Brasil um dos líderes mundiais no tema. Sharma explica que o programa visa à obtenção de matérias-primas para biocombustíveis em sistemas agroflorestais que permitam a produção concomitante de alimentos.

Para o diretor, as mudanças climáticas foram aceleradas a partir da década de 1950, com as alterações no uso da terra e o aumento da queima de combustíveis em veículos, por conta da intensificação das atividades industriais. Os biocombustíveis são parte importante da solução para redução do impacto ambiental dos transportes, mas o cultivo de biomassa para gerá-los não pode agravar o problema do uso da terra. Por isso, o Icraf aposta em áreas com plantio de diferentes culturas, que atendam a múltiplos propósitos, como forma de promover benefícios ao meio ambiente, garantindo produção de alimentos e geração de renda, além de melhorar as condições de solo. Mas Sharma ressalta: bioenergia é subproduto desse processo. O bem-estar é das populações é o objetivo principal.

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