Carlos Dias, Embrapa Solos 01/09/2014

No dia 26 de agosto aconteceu em Cachoeiras de Macacu (RJ), na sede da Associação Comercial e Empresarial (ACECAM) local, a oficina de trabalho "Estratégias de Ação para o Desenvolvimento do Agroturismo em Cachoeiras de Macacu", organizada por equipe da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ). O evento marcou o debate, junto às lideranças locais, do Plano Preliminar para o Desenvolvimento do Agroturismo do município.

Entre 2012 e 2014 foram entrevistados produtores rurais e outros atores (poder público, donos de empreendimentos de hospedagem, comércio e serviços) que poderiam ser envolvidos na cadeia do agroturismo. As pesquisadoras da Embrapa Solos Bernadete Pedreira e Elaine Fidalgo, que organizaram a oficina, apresentaram o Plano Preliminar, abrindo oportunidade para que contribuições fossem feitas pelos participantes. O plano apresentado poderá ser utilizado como subsídio para o planejamento da atividade agroturística associada à agricultura familiar no município. "Contamos com a colaboração e o envolvimento de todos, porque o agroturismo certamente trará muitos benefícios para Cachoeiras", disse Sandra Seara, assessora da Secretaria de Turismo local/Fundação Macatur.

A entrega da versão final desse trabalho para a Prefeitura Municipal e demais instituições envolvidas (Secretarias de Turismo, de Agricultura, do Meio Ambiente, Emater Local, Sebrae e outros) deverá acontecer em breve, após a inclusão das contribuições recebidas por parte dos participantes da oficina de trabalho.

A agricultura praticada em Cachoeiras de Macacu é expressiva e de base familiar. "Temos grandes produtores, mas a maior parte é composta por agricultores familiares. O agroturismo pode ajudar esses agricultores, trazendo um complemento de renda, e valorizando a agricultura familiar", afirma Juliana Nogueira, que esteve na oficina como representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Cachoeiras de Macacu e é mobilizadora do (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).

Bernadete Pedreira, que é a coordenadora do projeto, esclarece que "o agroturismo deve ser uma atividade complementar, agregando valor a produtos e serviços, aproveitando algo que já é feito na propriedade rural. A atividade produtiva agrosilvopecuária deve se manter sempre como atividade principal. O foco do agroturismo deve ser a utilização da atividade agropecuária como um atrativo turístico para os visitantes, valorizar a cultura local, gerar alternativa de renda, contribuir para a conservação ambiental, além de ser uma possibilidade de reter os jovens no município, diminuindo o êxodo rural".

O envolvimento de diversos atores locais se mostrou indispensável para que o agroturismo em Cachoeiras de Macacu se torne forte e articulado. "Com certeza é possível implementar ações planejadas de agroturismo aqui. Temos uma boa experiência em Trajano de Moraes (RJ), onde utilizamos as fazendas imperiais para o turismo. Porém, muita gente teve que ser envolvida. Um hotel, sozinho, dificilmente conseguiria ter atrações para manter um turista por três dias", afirmou Márcia Bittecourt, representante do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Aprendizagem Empresarial).

Participaram da oficina produtores rurais, representantes do governo municipal, de cooperativas, da Emater-Rio, do Sindicato dos Produtores Rurais e do Sebrae. O plano foi elaborado no âmbito do projeto: "Estudo da viabilidade do agroturismo de base familiar em Cachoeiras de Macacu, RJ", coordenado pela Embrapa Solos e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para ter mais informações sobre as ações em agroturismo planejadas para Cachoeiras de Macacu, entre em contato com a Secretaria de Turismo/Fundação Macatur, que contribuiu com informações para o projeto e na realização da oficina, pelo e-mail turismomacacurj@gmail.com.