MDA 23/09/2014

A agricultora familiar Alaíde Martins dos Santos, 53 anos, vai receber pela primeira vez assistência técnica e extensão rural (ater) em agroecologia por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Um extensionista vai até a propriedade de Alaíde, no município pernambucano de Triunfo, a 448 quilômetros da capital, para orientá-la sobre planejamento e ampliação de processos de promoção da agroecologia de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), do Governo Federal.

Mais de 27 mil agricultores e agricultoras familiares começaram a receber, neste mês, ater em agroecologia, como Alaíde. Outros oito mil já estão sendo beneficiados desde o início do ano e cerca de 11 mil serão assistidos nos próximos meses. Ao todo, serão 46 mil famílias atendidas. “Espero que a gente tenha progresso, que a assistência nos motive a trabalhar, tanto para dar um retorno financeiro, quanto para preservar o meio ambiente”, afirma a agricultora familiar.

As Chamadas Públicas 12/2013 e 13/2013, lançadas em outubro do ano passado, serão executadas em três anos, e representam um investimento de R$ 189 milhões. Serão atendidas famílias dos estados da Bahia, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Acre, Paraíba, Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Goiás, São Paulo e Distrito Federal

Na prática
Alaíde Martins dos Santos nasceu na comunidade Sítio Souto do município de Triunfo (PE), no Território Sertão do Pajeú. Aprendeu com os pais, também agricultores familiares, o cuidado com a terra. Hoje, com auxílio da assistência técnica, a agricultora pretende aprimorar a produção com conhecimentos agroecológicos, e com isso, ampliar a renda da família. “Eu sempre tive esperança de melhorar e me aperfeiçoar e agora, com a assistência técnica, acredito que vamos ter mais oportunidades”, comemora.

Ela mora com o marido, 61 anos, e o filho, 20, na comunidade Sítio Souto do município de Triunfo (PE), no Território Sertão do Pajeú. A filha, 22 anos, casou e mora em uma comunidade vizinha, que também recebe assistência técnica.

A comunidade Sítio Souto, onde Alaíde mora, é atendida pela Organização não Governamental Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá – uma das entidades selecionadas para prestar serviço de ater pelas chamadas. A organização atenderá, no total, 2.435 famílias em 51 municípios dos Territórios Zona da Mata Sul, Agreste Central e Setentrional e Sertão do Pajeú, de Pernambuco.

Em 10 hectares, ela cria gado, galinha e porco, que são vendidos na comunidade. Ainda, planta milho e feijão (carioca, de corda, guandu e fava) para consumo próprio, e produz frutas como manga, acerola, caju, maracujá, pinha, coco, goiaba, mamão, graviola, banana, laranja e limão, que são beneficiadas. A polpa é vendida para lanchonetes e moradores da cidade.

“Gosto do campo, de trabalhar com a terra. Adquirimos conhecimento com a ajuda da assistência técnica para trabalhar com produção orgânica. Sempre tivemos a preocupação de não desmatar. Agora, tudo é agroecológico”, finaliza.