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Lebna Landgraf, Embrapa Soja
21/10/2014
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A infecção de grãos por fungos, no processo de armazenamento, é um dos grandes desafios de segurança alimentar do século XXI, tanto que o tema foi destaque durante a VI Conferência Brasileira de Pós-Colheita, que terminou no dia 16 de outubro, em Maringá (PR), evento promovido pela Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos) e pela cooperativa Cocamar.
De acordo com a pesquisadora Myrna Sabino, do Instituto Adolfo Lutz, os fungos são organismos que se proliferam em alimentos que tem umidade, por isso, o ideal no caso de grãos armazenados após a colheita, é que passem por processo de secagem adequada. "Após a colheita, a secagem é a arma mais eficiente contra o crescimento de fungos e a consequente produção de micotoxinas", avalia Myrna.
As micotoxinas são substâncias produzidas por várias espécies de fungos e são conhecidas pelos efeitos nocivos à saúde humana e animal. Myrna explica que as micotoxinas favorecem as mutações nos organismos – com efeitos cumulativos - e induzem ao câncer. Os cientistas identificaram mais de 100 delas, no entanto, 30 estão sendo estudadas (como aflatoxinas e fumosininas, por exemplo) devido ao seu grau de prejuízo à saúde.
No Brasil, as micotoxinas já causaram problemas com a importação e a exportação de produtos como o trigo, a castanha do pará, o café, o milho e a páprica. Inclusive, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novos Limites Máximos Tolerados (LMT), a partir da Resolução RDC no 7, de fevereiro de 2011, para diversas micotoxinas que afetam alimentos e matérias primas.
A necessidade de se criar padrões toleráveis que garantam a qualidade dos alimentos para micotoxinas começou com a União Europeia. A pesquisadora Monica Olsen, da Agência Nacional de Regulamentação Sueca, apresentou durante a Conferência de Pós-Colheita, as demandas do Mercado Europeu para Micotoxinas. A legislação europeia para micotoxinas em cereais, alimentação para humanos e ração animal é bastante rigorosa e foi definida a partir de dados científicos para avaliação de risco aos homens e animais.
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