Fabiana Henrique 13/11/2014

O desenvolvimento dos negócios apícolas está diretamente ligado ao investimento em técnicas e tecnologias que resultam em redução de custos e melhoria na qualidade dos produtos. E o Brasil, apesar de ser o 11º maior produtor de mel no mundo e o 3º maior da América Latina, ainda tem muito a conquistar em termos de normatização e qualificação do produto.

Algumas das novas técnicas e tecnologias que podem ser adotadas pelos produtores brasileiros estão disponíveis no Boletim de tendências de Apicultura do SIS Sebrae – Novas Tecnologias no setor de apicultura. Entre elas está um método acessível para eliminar ou diminuir a ocorrência do parasita Varroadestructor – o elemento que mais causa prejuízos para a apicultura no mundo. A adaptação se chama Gaseificador de ácido oxálico e utiliza o próprio fumigador para a evaporação do ácido. Outra tecnologia em favor da apicultura é o Alimentador Dolittle, de plástico, com suporte para 3 litros de xarope. Ele evita a falência das abelhas durante o inverno por falta de alimentos, estimula o aumento da postura de ovos da rainha e supre a carência energética das abelhas.

Em termos de economia, uma cooperativa cearense desenvolveu uma Máquina desoperculadora que melhora a extração do mel. Ela retira o opérculo com menos desperdício de mel e em apenas 15 segundos. Processo que, por meio do garfo de agulhas de aço inox, durava até 3 minutos. Além de contribuir para que o mel não tenha o aspecto desagradável da cristalização, o Descristalizador de meltambém reduz sensivelmente o tempo de produção: de quatro a sete dias para apenas algumas horas. Além disso, esta técnica reduz perda de qualidade do mel.

Caso de Sucesso entre tecnologia e produtividade
O apiário de Adriano Adames, no Mato Grosso do Sul, adotou algumas destas tecnologias e estudos, o que tornou a produtividade três vezes maior que o normal. Entre as ações realizadas estão a substituição anual da abelha rainha e a inserção de uma cria na colmeia no lugar da rainha - isso induz as abelhas a continuar alimentando essa cria com a geleia real. Além disso, as novas abelhas-rainhas são colocadas em pequenas colmeias, para que se desenvolvam. Com relação ao planejamento, o apiário apostou na antecipação da primavera, promovendo a postura da abelha rainha e adiantando as atividades na colméia. Ao utilizar esses métodos, o apicultor obtém 70 kg de mel por colméia, na média, chegando a retirar até 100 kg do produto.