Hélio Magalhães, Embrapa Arroz e Feijão 18/11/2014

O fórum de discussão sobre agricultura familiar em Goiás reuniu 22 representantes, entre instituições federais e estaduais, movimentos sociais, associações e federações de produtores, cooperativas de agricultores familiares, centro de pesquisa e instituições de ensino na última semana, na sede da Embrapa Arroz e Feijão.

O evento busca promover o diálogo e entendimento comuns para que as instituições trabalhem se apoiando mutuamente, visando mudar positivamente a realidade do pequeno agricultor em Goiás e, desta forma, acelerar o desenvolvimento rural sustentável.

A organização e sistematização do fórum de discussão foram realizadas por uma equipe interinstitucional, reunindo representantes do Incra, da Conab, do MDA e da Embrapa Arroz e Feijão.

Esta ação é o resultado de três meses de trabalho durante os quais o Setor de Transferência para Agricultura Familiar da Embrapa Arroz e Feijão foi ao encontro das instituições públicas de diversos setores, movimentos sociais e sindicais buscando reforçar mobilidades e diálogos como um dos fatores para o desenvolvimento da agricultura familiar na região. Estes dois fatores têm se tornado um dos pontos limitantes no alcance de resultados mais significativos para os agricultores familiares.

Nesta vivência interinstitucional os representantes foram instigados a pensar e relatar programas e ações desenvolvidos pelas respectivas instituições, identificando posteriormente, caminhos de convergências para a agricultura familiar. No momento seguinte, foi construída pelos participantes uma matriz de convergência institucional, identificando pontos comuns, além de debates críticos, diálogos e alinhamentos de ações.

A agricultura familiar, enquanto categoria social distinta e heterogênea relaciona-se e interage com diversos tipos de instituições, sejam estas as consideradas oficiais (prefeituras, igrejas, órgãos de extensão rural, secretarias e ministérios), ou tácitas (reciprocidade, confiança, amizade, parentesco). Neste sentido, torna-se necessário o entendimento de como se dão tais relações e quais as influências destas instituições na formação das representações dos agricultores familiares e possibilidade da emergência de novos formatos.

Assim, a análise comparativa entre as instituições têm este intuito, de abranger os distintos contextos nos quais a agricultura familiar emerge. Os resultados destas análises permitirão que as instituições consideradas oficiais e de desenvolvimentos locais possam se conhecer, criar espaço e credibilidade frente aos agricultores, fortalecendo as relações de confiança, reciprocidade e possibilidade de surgimento de novos arranjos institucionais.

Com os resultados obtidos da reflexão e debates registrados na matriz de ações convergentes interinstituições os mediadores e demais participantes definirão as oportunidades institucionais e interinstitucionais para superar os desafios em prol da agricultura familiar no Estado de Goiás.