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O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Grupo Banco Mundial realizam, nos dias 25 e 26 de novembro, evento para promover a avaliação integrada de riscos agropecuários no Brasil.
O objetivo é identificar, por meio de consultas a especialistas, lacunas e oportunidades de melhoria das políticas e programas públicos federais para uma melhor gestão de possíveis crises enfrentadas pelo setor. “O crescimento da agropecuária brasileira registrado nos últimos anos pode ser afetado se os riscos do setor não forem avaliados e as resposta a eles não se tornarem uma prioridade,” afirmou Deborah Wetzel, diretora do Banco Mundial para o Brasil.“A seca que assola o Estado de São Paulo e o Nordeste é um exemplo do impacto que um evento recorrente pode ter se não houver uma gestão adequada. Uma visão integrada é essencial para assegurar que os riscos sejam abordados de maneira abrangente, trazendo todas as ferramentas de gestão a serviço do setor. É a isto que essa oficina se propõe”.
Em busca desse modelo de atuação integrado, o Mapa, a Embrapa e o Banco Mundial vêm trabalhando juntos para mapear os instrumentos de política e programas, incluindo a elaboração de uma enquete nacional lançada em outubro 2014. Os dados desde então coletados servirão como base para que se discuta na oficina o grau de atendimento das políticas e programas federais para a gestão de riscos agropecuários, além de mudanças e melhorias.
“Essas percepções serão analisadas e confrontadas com as políticas e programas públicos existentes e serão identificadas eventuais lacunas e oportunidades”, acrescentou Laurent Msellati, gerente do Departamento de Agricultura do Banco Mundial para América Latina.
Durante o encontro, os riscos agropecuários serão divididos em grupos: de produção (principalmente riscos climáticos, de sanidade animal e vegetal); de mercado (como volatilidade de preços de mercado, fechamento de mercados externos de exportação, e disponibilidade e termos de credito); e do contexto institucional (como são os riscos de logística, infraestrutura e de marco legal e regulatório).
Cada um deles será debatido por um painel de especialistas de diversas áreas do setor agropecuário, com moderadores do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA) e da Organização Mundial de Alimentos e Agricultura (FAO).
Segundo o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, a produção agropecuária está exposta a estresses de toda ordem. “Com mudanças climáticas há uma expectativa de crescimento de riscos, como secas e excesso de calor, além de ataques mais severos de pragas que poderão comprometer a produção de alimentos no futuro.Novas tecnologias e práticas de manejo mais sofisticadas dos sistemas produtivos serão necessárias para que possamos fazer frente a riscos crescentes, em especial no cinturão tropical do globo, onde estão os ambientes mais desafiadores para a produção”, explica.
Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, a produção agropecuária envolve alguns riscos, sendo que os dois mais importantes são o risco climático e o risco de preços. "Atento a esses cenários, o Mapa mantém políticas para mitigá-los. Para o risco de preços há a garantia de preços mínimos, que garante um patamar mínimo de receita para o produtor. Através de mecanismos como os contratos de opção, AGF (Aquisição do Governo Federal) e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), o produtor tem a segurança com os preços", explica. "Com relação ao risco climático, o Governo Federal mantém dois programas específicos: o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) para a agricultura familiar, vinculado ao Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o seguro rural&quo t;, completa.
Também apoiam o evento: Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Sociedade Rural Brasileira (SRB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Inicialmente realizado a partir da metodologia para avaliação integrada de riscos agropecuários desenvolvida pelo Banco Mundial, o trabalho de coleta de dados foi aprimorado pelo MAPA e pela Embrapa. Desta forma, as análises sobre a gravidade e a probabilidade de ocorrência de fenômenos que impactam negativamente a produção agrícola dentro da porteira resultarão de olhares de diferentes especialistas. A expectativa é que o resultado do trabalho possa ser apresentado às autoridades governamentais em fevereiro do próximo ano.
Para acessar a programação completa, clique aqui.
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