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Agricultura Familiar      
Agricultores conhecem sistema de produção de leite que preserva natureza e gera renda no RS
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Emater/RS-Ascar
18/12/2014

O que teóricos do mundo inteiro desejariam ver pode ser encontrado no interior de Derrubadas, RS. No pequeno município do Corede Celeiro, o que parece ser utopia ganha contornos de realidade: agricultores conseguem obter produtividade e renda com preservação ambiental, graças a um peculiar sistema de produção de leite, implantado com orientação da Emater/RS-Ascar.

Até mesmo o preço, tão suscetível ao mercado, ganha uma espécie de blindagem, com a união cooperativa dos agricultores. O fato tem atraído como imã caravanas de agricultores, como a que se viu nesta terça-feira (16/12), quando 300 pessoas reuniram-se na pequena propriedade de 11 hectares do casal Ivone e João Tamioso, na localidade Esquina Colorada. No local, ocorreu um Dia de Campo com três estações: qualidade do leite, pastagem e solo e segurança e soberania alimentar. Uma quarta estação foi realizada no centro da cidade, na sede da Cooperativa Mista Yucumã (Cooperyucumã).

O sistema de produção de leite, implantado há seis anos na propriedade dos Tamioso, possibilita ao casal produzir leite, sem silagem, gastando apenas 41 centavos por litro (o custo de produção da maioria dos produtores passa de 60 centavos por litro de leite). “Estes agricultores conseguiram entender algo que muitos não conseguem enxergar, a ‘lógica’ do sistema”, avaliou o técnico agropecuário da Emater/RS-Ascar Daniel Anklan. “O segredo do negócio não é o pasto, mas o manejo adequado das pastagens”, completou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar Dejair Burtet.

Em apenas três anos, Ivone e João Tamioso multiplicaram duas vezes e meia a renda, com o mesmo número de animais em lactação, oito vacas. “Depois que pararam de usar silagem, o custo de produção diminuiu 20 centavos por litro de leite”, disse Anklan.

O sistema
Para a Emater/RS-Ascar, dois aspectos devem ser levados em conta: o primeiro deles é a preservação do solo e, o segundo, as vacas e todas as outras coisas que fazem parte dos sistemas de criação e cultivo, existentes na propriedade. Somente depois de avaliar o tipo de solo e o tamanho da propriedade, o agricultor deve construir os piquetes, de acordo com o número de animais. “O recomendado é 50 m² /vaca/dia”, disse Anklan.

Na propriedade dos Tamioso, foram construídos 30 piquetes, todos cobertos, no inverno e verão, por trevos, ervilhaca, amendoim forrageiro, alfafa, sorgo e capim pioneiro - plantado em 200 hectares do município.

O manejo de todos os elementos é que faz a diferença. Para Burtet, mais de 90% dos nutrientes, oxigênio, nitrogênio, carbono, fósforo, potássio, necessários para fazer o sistema de produção de leite funcionar, são fornecidos de graça pela natureza. “O segredo é armazenar água no solo. Se o agricultor deixar a vaca raspar o pasto, vai sobrar pouca matéria orgânica, a água não vai infiltrar e o solo vai empobrecer. Mas se o agricultor manejar o pasto alto, vai sobrar palha no solo e a água vai infiltrar. Devemos dar comida às vacas, e também ao solo”, insistiu Burtet. “A urina da vaca também contém água”, lembrou Anklan.

Cooperativismo
Ivone e João Tamioso fazem parte dos 70% do total de famílias produtoras de leite em Derrubadas que são sócias da Cooperyucumã. “Por causa da cooperativa, o preço do leite pago ao produtor aumentou R$ 0,15”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar Fábio Eickhoff. “Não estou convencida de que o cooperativismo é um mau negócio”, disse a administradora de empresa Silvana de Mattos, coordenadora do Núcleo de Cooperativismo de Ijuí que presta assistência à Cooperycumã.

Consciência ecológica
Além do lucro e da produtividade, Ivone e João Tamioso levam em conta outro fator, a saúde deles e a preservação da natureza. “Se é para usar agrotóxico, eu paro de produzir”, assegurou Tamioso. “Os que inventam venenos ruins não estão usando. Eu tenho muito medo desses venenos”, lamentou o agricultor de Derrubadas.

Também participaram do Dia de Campo em Derrubadas, o prefeito, Almir José Bagega, as supervisoras microrregionais da Emater/RS-Ascar, Rejane Gollo Fornari e Márcia Barboza Breitenbach, e o presidente da Cooperyucumã, Derli Ladislau Vendrusculo.

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