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Emater/RS-Ascar
19/12/2014
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A reunião técnica “Atualização agronômica em Unidades de Referência Tecnológica de Agricultura Conservacionista”, realizada no dia 15/12, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, apresentou a avaliação das análises de solo realizadas em cinco diferentes municípios do Rio Grande do Sul. As experiências foram apresentadas pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar junto com os produtores que conduzem o projeto nas propriedades familiares.
O projeto Agricultura Conservacionista – Semear é coordenado pela Embrapa Trigo, com a participação da Emater/RS-Ascar, Universidade de Passo Fundo e Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem), além do apoio do poder público dos municípios, com a previsão de novos parceiros para 2015. Em 2014, foram conduzidas cinco Unidades de Referência Tecnológica (URTs) nos seguintes municípios: Cacique Doble, Almirante Tamandaré do Sul, Tupanci do Sul, Lagoa Vermelha e Três de Maio. Para avaliar os atributos químicos e físicos do solo, foram realizadas 385 amostras em 19 dias de coleta, resultando em mais de 7.200 dados analisados.
Para o chefe-geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto, essa interação entre pesquisa e extensão, junto aos agricultores, é muito importante. “Esse trabalho de agricultura conservacionista, que envolve muitas práticas, deve ser expandido”, disse. O assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, Edemar Streck, acrescentou que êxitos têm sido alcançados em algumas regiões. “Ainda tem muita coisa a melhorar. Temos que discutir que tipo de manejo se vai usar. Esse encontro, reunindo técnicos e agricultores, é para a tomada de decisão de que rumo seguir em termos de agricultura conservacionista”, disse.
Uma das experiências apresentadas foi a do produtor Claudionor Reisderfer, de Almirante Tamadaré do Sul, que conta com 34 hectares com pastagens e grãos. No local, foram realizadas 18 amostras que indicaram um solo pouco degradado, mas com compactação nas camadas mais profundas (amostras de 22 a 35 cm de profundidade). A fertilidade também reduziu com a maior profundidade, fator que pode comprometer o resultado das lavouras ao longo do uso contínuo. “Muitas vezes fazemos a análise e vemos que o solo tem uma boa composição química, mas a planta não está crescendo. Em outros casos, há excesso de alguns nutrientes e carência de outros, causando o desbalanceamento do solo o que também acaba prejudicando a produtividade”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Fabiano Daniel De Bona. A situação do produtor Claudionor Reisderfer é muito semelhante a das demais URTs, onde o manejo eficiente de águas superficiais, que causam voçorocas e perdas de nutrientes, ainda é o maior desafio.
Na Sociedade Educacional Três de Maio – Setrem, o projeto de agricultura conservacionista está associado à grade curricular do curso de agronomia, onde cinco famílias da Região Noroeste do RS serão selecionadas pelos estudantes para um trabalho de planejamento total das propriedades. Nas duas URTs instaladas na área do Setrem, serão desenvolvidos projetos de integração lavoura-pecuária-floresta, onde 2 hectares deverão contar com pecuária-floresta (tifton e eucalipto) e outros 3 hectares com lavoura-pecuária (soja, milho e sorgo/silagem no verão; e aveia, azevém e trigo DP no inverno).
Em Tupanci do Sul, RS, a expectativa do prefeito Genor Marcon é orientar os produtores rurais para o melhor uso do solo de forma a conservar os recursos naturais disponível, com a meta de tornar o município referência no manejo de águas superficiais.
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