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Agroecologia      
Sistema integrado de produção de mudas de hortaliças beneficia agricultores familiares no RJ
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Ana Lucia Ferreira, Embrapa Agrobiologia
23/03/2015

Produzir mudas de hortaliças orgânicas com qualidade é um grande desafio para o agricultor familiar fluminense em razão principalmente do acesso restrito à tecnologias apropriadas a este seguimento. Para ampliar a oferta de algumas dessas tecnologias e promover a sustentabilidade no campo, a Embrapa Agrobiologia vem desenvolvendo um projeto desde 2013 para implantação e disseminação do "Sistema integrado de produção de mudas de hortaliças" (SIPM) em quatro regiões do Estado do Rio de Janeiro. "O objetivo é estimular a própria produção de mudas visando abastecer esse mercado que ainda é pequeno. Os produtores de hortaliças orgânicas tem poucos fornecedores e quando precisam buscam fora do estado", explica a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da Embrapa.

O sistema é composto por uma estufa e uma peneira de baixo custo, disponibilizadas pela Pesagro-Rio, um sistema de irrigação baseado no uso de energia solar, desenvolvido pela UFRRJ e um substrato orgânico formado à base de vermicomposto e fino de carvão, desenvolvido pela Embrapa Agrobiologia. A pesquisadora explica que a busca de materiais alternativos para a formulação de misturas que sirvam como substrato ou meio de crescimento vegetal tem sido uma preocupação crescente da pesquisa. "É preciso reduzir a participação de insumos industrializados na propriedade porque isto traz benefícios econômicos e ecológicos capazes de fomentar sistemas agrícolas sustentáveis", argumenta Cristhiane Amâncio.

Por meio do projeto, que é financiado pela FAPERJ-Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, essa estrutura foi instalada nas Regiões Metropolitana, Serrana, Médio Paraíba e Noroeste do Estado. Em cada localidade foi selecionado pelo menos um agricultor multiplicador que foi capacitado em todas as técnicas que compõe o SIPM. "A ideia foi promover a cooperação e solidariedade, fortalecendo os laços de confiança e ajuda mútua entre os agricultores, que precisam planejar e ocupar a estufa de acordo com as demandas da comunidade", explica o técnico em agroecologia e bolsista da Embrapa Nilton César dos Santos.

Segundo César, os produtores se comprometem formalmente em abastecer os sistemas de produção locais com as mudas produzidas em suas propriedades. E o interessante é que essas mudas já estão adaptadas às condições de clima e solo da região. Em alguns casos, eles buscam até mesmo a ajuda de outros agricultores para a produção dos insumos necessários. Este é o caso de Izabel Michi, de Seropédica, na Baixada Fluminense. Ela produz as mudas com o vermicomposto feito pelo agricultor Sérgio Galvão Borges da mesma região e as distribui para vinte e cinco famílias do município.

Após dois anos de projeto, os pesquisadores afirmam que os agricultores das regiões beneficiadas tiveram ganhos significativos. "Temos visto um aumento na produção, nos ganhos econômicos e também na qualidade de vida dos agricultores", complementa Cristhiane Amâncio.

Ganhos reais para as famílias
O agricultor orgânico João Galo, de Teresópolis, na Região Serrana, planta em seu sítio principalmente hortaliças e morango. O sistema foi implantado na localidade em 2013 e Galo garante que vem dando bons resultados. Ele distribui as mudas na Associação de Agricultores Orgânicos de Teresópolis e em feiras locais. O agricultor ressalta que as técnicas são simples e fáceis de serem colocadas em prática. "O substrato é até melhor do que muitos que estão no mercado", afirma. Com as mudas de boa qualidade ao seu alcance, Galo conseguiu um acréscimo de mil reais a sua renda mensal.

A agricultora Izabel Michi também mantém uma estufa em sua propriedade de cinco hectares. Ela conta que além de propiciar uma maior diversificação na sua lavoura, a estufa possibilitou a redução nos gastos com mudas e insumos e consequentemente aumentou o seu lucro. "Hoje aumentamos os ganhos em cerca de 80 por cento", afirma a agricultora.

O projeto termina no final de 2015, mas os pesquisadores já estão pensando em formas de prosseguir com a implantação das estufas em outras regiões do estado.

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