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Práticas de conservação de solo para mais de 800 pessoas na Região Noroeste do RS
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Joseani M. Antunes, Embrapa Trigo
30/03/2015

Uma série de atividades voltadas à transferência de tecnologias geradas pela pesquisa mobilizou uma equipe da Embrapa Trigo na semana de 18 a 20 de março na região noroeste do Rio Grande do Sul. Dias de campo e visita técnica atraíram produtores, lideranças, estudantes, técnicos e agrônomos num público superior a 800 pessoas. O destaque foram demonstrações práticas para a agricultura conservacionista na produção de grãos.

O Dia de Campo de Soja reuniu cerca de 500 pessoas na Cotricampo, em Campo Novo, RS, no dia 18/03. Na sequência, no dia 19/03, aconteceu a apresentação dos resultados de pesquisa gerados pela Embrapa Trigo na Região Noroeste em experimentos instalados na Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem), para Engenheiros Agrônomos da região, com 34 participantes. O Dia de Campo de Culturas de Verão do Setrem aconteceu no dia 20/03, destinado a estudantes e produtores, que atraiu quase 300 participantes. Os temas discutidos nos três eventos foram similares e complementares: conservação do solo e da água, controle de lagartas em soja, sucessão trigo/soja e cultivares de soja.

Um dos destaques foi o tema "Agricultura conservacionista e disponibilidade de água", cuja apresentação dos pesquisadores buscou apoio visual para a melhor compreensão pelo público quanto aos problemas relacionados à degradação do solo. Para apoiar as explicações, foi instalado um simulador de chuva sobre duas parcelas demonstrativas de 1m², reproduzindo duas condições de lavoura: semeadura em contorno e semeadura morro abaixo/morro acima. Ambas parcelas estavam cobertas com cerca de 10 toneladas de palha, incidência de chuva de 120mm/hora e simulação de semeadura de soja com haste a 15 cm de profundidade e 35 cm no espaçamento entre as linhas. A diferença entre as parcelas estava apenas na orientação das linhas de semeadura. Quando o simulador de chuva era ligado ficava visível a intensidade com que a água escorria na semeadura morro abaixo/morro acima levando mais sedimentos para um coletor (balde instalado abaixo das parcelas), enquanto lentamente a água cristalina da semeadura em contorno descia, deixando grande parte da água infiltrada no solo.

"O objetivo da apresentação é mostrar que no plantio direto, a palha sozinha não é capaz de conter a erosão do solo. A palha ajuda a dissipar a energia da gota da chuva, mas não é eficiente para fazer com que a água infiltre no solo. Ainda, a semeadura morro acima/morro abaixo orienta o fluxo da enxurrada para o sulco da semeadura, aumentando a erosão e o arraste de nutrientes", explica o analista Jorge Lemainski.

Entre as alternativas apontadas pela Embrapa Trigo está a semeadura em contorno, prática abandonada pelos produtores com a troca das máquinas hidráulicas por máquinas de arrasto: "O super-dimensionamento das máquinas nas pequenas propriedades está dificultando a plantabilidade, já que o porte dos equipamentos dificulta fazer a manobra no final da linha de semeadura em terrenos acidentados, como é a maior parte da topografia da Região Sul", explica o pesquisador Antônio Faganello. Segundo ele, a facilidade na semeadura seguindo o maior comprimento da gleba, independente do declive, torna a operação mais rápida, porém nem sempre a mais eficiente: "Alguns modelos de sistemas dosadores de adubo perdem até 45% de eficiência. Ao subir, a dose de adubo aumenta em 15% e ao descer a dose cai em 30%", alerta Faganello. Na semeadura em contorno, as linhas são dispostas transversalmente ao sentido do declive, criando barreiras ao livre escoamento da enxurrada com capacidade de infiltrar cinco vezes mais água e reduzir em mais de 50% as perdas de água e solo por erosão.

Outra prática que pode estar associada à semeadura em contorno é a construção de terraços. Atualmente, os terraços são projetados com espaçamentos quatro vezes maiores do que antigamente, quando a técnica foi abandonada por não se adaptar à evolução das máquinas. De acordo com o pesquisador José Eloir Denardin, a água retida no terraço infiltra no solo, irriga a lavoura e demora de três a cinco meses para chegar aos rios. "O correto manejo do escoamento superficial da água pode gerar economia de 40% ao ano com fertilizantes, evitando a perda de nutrientes e garantindo disponibilidade de água para as plantas nos momentos mais críticos", conclui Denardin.

A conservação do solo, segundo os especialistas, passa ainda pode técnicas conhecidas do produtor, como diversificação de culturas (palha e raiz) e adequação das semeadoras para o uso do facão em áreas compactadas, entre outras.

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