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Centro de Comunicação
15/04/2015
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Produção cresce a cada ciclo e leva o país a realizar novos investimentos em logística; diferencial é o transporte fluvial, que dilui custos para a exportação. O cenário foi apurado pela Expedição Safra em visita ao país
Com produção de grãos crescente e estrutura de exportação reforçada, o Paraguai estabelece uma rota fluvial de escoamento de soja cada vez mais movimentada. O embarque em terminais instalados nos rios Paraná e Paraguai ampliam sua área de influência gradualmente, apurou a Expedição Safra – sondagem técnico-jornalística que percorre da América do Sul à América do Norte averiguando a produção de grãos do início ao fim do ciclo – em visita de 3,5 mil quilômetros.
Com 9,1 milhões de toneladas de soja e potencial para 3,3 milhões (t) de milho, a produção total de grãos Paraguai chega a 15 milhões (t), patamar semelhante ao atingido no passado. Esse desempenho – um terço acima do verificado cinco anos atrás – estimula investimentos ligados à logística de escoamento.
“Da produção à logística, um novo Paraguai surge do agronegócio. Isso porque sua evolução na capacidade produtiva de grãos fez com que houvesse novos investimentos em logística, aumentando a participação e a importância do segmento na economia do país”, analisa Giovani Ferreira, coordenador da Expedição Safra.
Logística
Sem acesso direto ao mar, a produção paraguaia chega ao Atlântico por meio de barcaças que descem os rios Paraná e Paraguai até os portos da Argentina. O transporte rodoviário, que na década de 1990 escoava mais da metade dos grãos exportados, agora tem apenas 10% da soja.
Com as restrições aos grãos transgênicos no Porto de Paranaguá no início da década passada, o Paraguai se obrigou a estruturar a rota de escoamento fluvial. Hoje conta com 3 mil barcaças e 150 rebocadores, distribuídos em mais de 30 pontos de embarque.
O modelo, ainda em estruturação, apresenta custos menores que o modelo de transporte amplamente usado no Brasil, mais dependente das rodovias. De acordo com o governo paraguaio, o país tem condições de dobrar a exportação de grãos com uso de barcaças, ultrapassando 10 milhões de toneladas e dando destino inclusive a uma parcela da produção do Brasil.
“Existe possibilidade concreta de o Brasil exportar pelo Paraguai parte da produção de soja de Mato Grosso do Sul e do Paraná. Não está descartado o embarque de grãos também de Mato Grosso. Isso depende de ajustes logísticos. No Paraguai, ainda não permite o uso de caminhão bitrem, por exemplo”, avalia Ferreira.
Continuação do roteiro
Na próxima semana, a Expedição Safra pega estrada para conferir o desempenho da produção de grãos na Argentina e no Uruguai. A viagem completa a bateria de roteiros que permitirá uma avaliação completa sobre a produção de soja e milho da América do Sul. Em 2014/15, os participantes do projeto estão percorrendo 60 mil quilômetros de estradas no Brasil e no exterior.
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