|
|
Web Rádio Água
16/07/2015
|
Carregando...
Nesta semana, o Professor Fernando Tangerino Hernandes, da UNESP em Ilha Solteira, afirma que o Brasil não tem dados precisos sobre o uso da água pela agricultura, industria, energia e abastecimento. Segundo o pesquisador, os cálculos não levam em conta o chamado “uso consultivo da água”.
“É necessário você quantificar, saber quanto se precisa em cada lavoura. A água tem que ser diferenciada no que é uso consultivo e o que não é. O uso consultivo pressupõe que essa água não se perde, ela está dentro de um ciclo. Então essas informações de captação de água ou uso da água, acho que poderiam ser melhor utilizadas como forma de planejamento dos nossos recursos hídricos para buscar a tão desejada segurança hídrica”.
O pesquisador explica porque boa parte da água utilizada na agricultura permanece no ciclo e não se perde:
“A água utilizada é aquela captada menos o que foi devolvida. No saneamento tem-se a captação de água e a devolução dessa água. Então aparece como se o consumo de água fosse menor, mas quando ela é devolvida é suja. Já na agricultura, o volume de água é contabilizado todo aquele captado. Porque não se considera o uso consultivo como deveria ser. Porque a rigor, toda água captada para irrigação é colocada no solo. Parte dessa água vai ser transferida para a atmosfera em forma de evapotranspiração. Muda de estado liquido para estado gasoso e vai cair em algum lugar na forma de chuva. Outra parte dessa água vai ficar no solo ou alimentando o lençol freático”.
Tangerino Hernandes, defende que a crise sirva para aprimorar dados de consumo e não para condenar atividades produtivas:
“É fato que para se fazer uma agricultura de alto nível é necessário um volume expressivo de água, assim como para gerar energia elétrica. Agora a exploração desses números em momento de crise hídrica traz interpretações inadequadas que não contribuem para a busca da segurança hídrica”.
|