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Sustentabilidade    
Novo sistema de secagem de café sustentável e acessível
Barcaça Seca Café é alternativa ecologicamente sustentável quando comparada aos métodos mais utilizados pelos cafeicultores no Brasil
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Renata Silva, Embrapa Rondônia
19/08/2015

Desenvolvida pela Embrapa Rondônia, a Barcaça Seca Café, uma grande estrutura móvel que encobre o terreiro, apresenta praticidade de operação, garante a qualidade do grão durante todo o processo, além de operar a um custo viável aos produtores. Projetada para proporcionar uma secagem com qualidade do grão, o invento possui facilidade de manuseio por meio de cobertura móvel que pode ser adaptada a qualquer terreiro de cimento convencional, tradicional em propriedades que cultivam o café.

Além dessa base, o mecanismo é composto por uma estrutura metálica e telhas de plástico transparentes ou lona de plástico. "Este terreiro é uma tecnologia viável para o produtor, pois diminui mão de obra, é um processo de secagem com qualidade e de baixo custo e ecologicamente sustentável, pois utiliza a luz do sol", argumenta o pesquisador da Embrapa Rondônia responsável por esta tecnologia, Enrique Alves.

Trata-se de uma alternativa ecologicamente sustentável quando comparada aos métodos mais utilizados pelos cafeicultores no Brasil, que são o terreiro suspenso, o de cimento, a estufa e o secador a lenha de fogo indireto. Essa tecnologia demonstrou ser eficiente e acessível para os cafeicultores que buscam aprimorar a qualidade do café.

Custos de operação
A estrutura tem custo de operação de R$ 13,00 por saca, em média, e proporciona uma secagem homogênea e sem fermentação, gerando um produto de boa qualidade de bebida. Para que seja possível uma comparação, o pesquisador calculou o custo médio também de outros métodos de secagem do café e o secador a lenha de fogo direto ou indireto apresentou um custo aproximado de R$ 17,00 por saca. Apesar de ser um sistema de alto rendimento, o secador mecânico, de lenha ou carvão, demanda maior investimento no momento da aquisição, necessita de combustível, lenha ou carvão, o que pode ser um problema em regiões em que essa matéria-prima não é abundante. Alves ressalta ainda que o café obtido nesse sistema é de baixa qualidade, quando não se respeita as recomendações técnicas de secagem, como a temperatura adequada, e se utiliza fornalha de fogo direto, o que lança fumaça na massa de grãos.

A secagem terceirizada no operador do secador mecânico fica em média R$ 25,00 por saca, com a desvantagem de que nesse sistema há grande distância dos pontos de secagem até a propriedade rural, além do uso indiscriminado de altas temperaturas, que costumam ultrapassar os 200°C, bem acima da temperatura recomendada, entre 35°C e 40°C, gerando um café de baixíssima qualidade.

Já o terreiro suspenso coberto propicia um café de qualidade, porém, o processo é mais lento e apresenta um custo aproximadamente 30% superior ao da Barcaça Seca Café.

Já os custos da operação da secagem no terreiro de cimento são compatíveis aos da Barcaça Seca Café, mas o contato dos grãos com a chuva, após iniciado o processo, pode facilitar a proliferação de fungos e a fermentação, o que deprecia a qualidade de bebida.

As estufas com coberturas plásticas transparentes vêm se tornando cada dia mais popular por proporcionar uma secagem de qualidade, entretanto, o pesquisador alerta para um problema de saúde. "O trabalhador tende a sofrer efeitos do estresse de temperatura interna superior a 50°C. Isso torna o ambiente desagradável e insalubre nos momentos de manejo do café, principalmente nos horários de alta radiação solar. Já a Barcaça não oferece esse problema, pois a cobertura móvel facilita o momento da movimentação dos frutos e grãos durante o processo de secagem", explica Alves.

Custos de instalação
A Barcaça Seca Café tem custo de instalação superior ao terreiro suspenso e ao de cimento tradicional, mas o pesquisador explica que as vantagens com a redução de mão de obra, a facilidade de operação e a garantia de qualidade num processo de secagem em temperatura adequada e viável mesmo ao pequeno produtor, oferecem uma razão custo/benefício vantajosa.

O pesquisador usa como exemplo um pequeno produtor com área de seis hectares de café e produtividade media de 50 sacas por hectare. Ele teria uma produção de 500 sacas por safra e, considerando o custo de secagem médio de R$ 25,00 por saca de café beneficiado, resultaria no total de R$12.500,00 em serviço terceirizado em secadores mecânicos.

O custo estimado de secagem por meio da Barcaça Seca Café é R$ 13,00 por saca beneficiada, o que proporciona uma economia de quase 50%. "O cenário fica ainda melhor se pensarmos que o próprio produtor pode realizar o processo de secagem incorporando esse valor à sua renda. A economia poderia amortizar o investimento na Barcaça Seca Café em poucos anos. Além disso, com a produção de café com qualidade, há grande possibilidade de valor agregado na hora da venda do grão", afirma Enrique Alves.

Vantagens adicionais
A diminuição da utilização de mão de obra no manuseio da Barcaça Seca Café é outra vantagem a ser considerada. Com a tecnologia, não é necessário fazer a amontoa do café nos períodos de chuva, ou mesmo durante a noite. O telhado móvel permite cobrir e descobrir o terreiro, já as roldanas, localizadas na base do mecanismo, oferecem leveza à grande estrutura e são necessárias apenas duas horas diárias de mão de obra durante os quatro primeiros dias e uma hora para os demais.

Outro benefício para o produtor é a utilização de energia solar, proporcionando a secagem em temperatura próxima à ideal e sem gerar poluentes. O equipamento permite ainda a secagem de grãos, como arroz, feijão, entre outros.

Pensada para o pequeno e médio produtor, que poderiam escalonar sua colheita de acordo com o avanço do índice de maturação dos frutos nos diferentes talhões, a tecnologia também se adequa muito bem ao grande produtor que trabalha com cafés diferenciados, uma vez que a Barcaça proporcionaria uma segregação do café em pequenos lotes, separação que não seria possível com um secador mecânico convencional.

Mais informações, no portal da Embrapa.

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