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Agroenergia    
Mercado de biocombustíveis é oportunidade para crescimento da canola no Brasil
Canola deve ganhar espaço nos próximos anos, visando nichos de mercado mais rentáveis que as commodities
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Joseani M. Antunes, Embrapa Trigo
01/04/2016

As oportunidades de aumento de lucratividade pela expansão do cultivo da canola foi um dos temas no 9º Curso de Capacitação e Difusão de Tecnologia em Canola, que reuniu diversos representantes da cadeia produtiva no dia 30/03, na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). O aumento dos percentuais de biodiesel nos combustíveis pode favorecer à expansão da canola no Brasil.

No último dia 23/03/16, foi sancionada pela Presidente Dilma a lei n° 13.263, que estabelece novos percentuais de adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor. Conforme a lei, o volume de biodiesel acrescentado deverá ser de 8% até 2017, passará para 9% em 2018, chegando a 10% até 2019. A iniciativa visa cumprir as metas internacionais para redução de emissões de gases de efeito estufa. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o uso de biodiesel permitirá reduzir a emissão de 48 a 60 milhões de toneladas de gás carbônico até 2020.

De acordo com estudo da FIPE/USP, de 2008 a 2012, quando a mistura de biodiesel no diesel passou de 2% para 5%, o valor agregado pela produção do biocombustível ao PIB foi de R$ 12 bilhões. No mesmo período, a economia de importação de diesel na balança comercial foi de R$ 11,5 bilhões.

Atualmente, a soja é a principal fonte de matéria-prima para biocombustíveis no Brasil. Segundo a analista da Embrapa Agroenergia, Daniela de Souza, a soja representa 76% do biodiesel produzido, seguida da gordura animal 19% e do algodão 2%. Mesmo com a produção recorde de 97,8 milhões de toneladas (t) de soja na última safra, apenas 7 milhões t foram transformadas em óleo no Brasil e, destes, menos da metade (cerca de 3 milhões t) viraram biodiesel.

Em 2015, a demanda do mercado brasileiro de biodiesel foi de cerca de 4 bilhões de litros, conforme números do grupo BiodieselBR.

Biodiesel de canola
O Brasil tem se posicionado como líder no setor produtivo de culturas oleaginosas aptas a atender os mercados emergentes de óleos vegetais, apostando basicamente na produção de soja. Na indústria de biodiesel existe enorme demanda por opções para diversificação de oleaginosas para diminuir a dependência e a sazonalidade da soja no verão. Assim, a canola deve ganhar espaço nos próximos anos, visando nichos de mercado mais rentáveis que as commodities. Este é o cenário que favorece o crescimento da canola no Brasil, que pode expandir a produção nas mesmas áreas que produzem soja e milho no verão (15 milhões de hectares somente na região sul), ou realizar safrinha na região Centro-oeste (MS, MG e GO).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Tomm, a principal vantagem da canola para a indústria de biodiesel está no teor de óleo, enquanto que nos grãos de canola o índice chega a 40%, nos grãos de soja o teor médio de óleo é de 18%. De acordo com o pesquisador, existe enorme demanda por óleo de canola no mercado nacional e internacional.

Para o analista da Embrapa Trigo Paulo Ernani Ferreira, "o Brasil possui uma fantástica oportunidade para a expansão da canola, empregando as mesmas terras, máquinas, armazéns e outros recursos empregados na produção, estocagem e industrialização de grãos, otimizando o retorno dos meios disponíveis, aumentando a produção e a renda, sem necessidade de derrubar florestas ou ocupar áreas de pastagens". Segundo ele, existe conhecimento disponível, políticas públicas de seguro agrícola e, principalmente, mercado consumidor.

"A pesquisa dispõe de todo conhecimento organizado e de fácil acesso, a cada dia chegam novas tecnologias em cultivares e defensivos, mas ainda é preciso organizar a produção. Acredito que as cooperativas têm um papel importante neste processo de orientar e ajudar o produtor para escolher a melhor opção no sistema", conclui o Secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo do RS, Tarcísio Minetto.
 

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