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Tássia Navarro, MDA
15/04/2016
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Preocupado com sua saúde e a de sua família, o agricultor Gilmar Cognacco, 48 anos, decidiu mudar de vida e parar de plantar fumo. Desde criança convivia com a produção de tabaco na terra dos pais. Ao se casar, deu continuidade a atividade, mas começou a sentir os efeitos negativos.
Eram mais de 10, dos 40 hectares de sua propriedade, no município de Leoberto Leal (SC), destinados ao cultivo de 200 mil pés de fumo. Mas, em 2006, após conhecer o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e participar de várias reuniões sobre o tema, Gilmar decidiu que iniciaria a transição até conseguir parar totalmente de produzir tabaco.
O agricultor conta que o processo foi demorado e tinha medo de não conseguir manter sua renda. “Pensava se conseguiria sustentar a família, pagar todos os financiamentos. Mas, aos poucos, fui abandonando o cultivo. A cada ano eu diminuía 20 mil pés. Depois de quase seis anos, consegui parar completamente com a produção do fumo e fazer a diversificação na propriedade”, lembra.
A alternativa escolhida pela família foi à produção de alimentos agroecológicos. E, depois de receber Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), pelo Programa, passou a cultivar frutas, hortaliças e grãos, além de criar gado e peixes. “Hoje a nossa renda é até melhor. Trabalhamos menos horas, já quitamos quase todos os nossos financiamentos e temos outra qualidade de vida. Minha saúde está melhor, estou mais disposto, com mais memória, e consigo ver um futuro bom para minha família”, comemora.
Em 2010 a família financiou pelo Programa Mais Alimentos do MDA, um caminhão baú para facilitar o escoamento da produção. Hoje, é com ele que leva semanalmente sua produção e a dos vizinhos para vender em feiras da região. Ele também comercializa o que produz para os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae). Sua esposa, Lúcia Cognacco, ainda faz doces, conservas, queijo, pães e bolachas, que também são comercializados nas feiras e em sua própria casa.
O que mais motivou o agricultor a abandonar a produção do tabaco, segundo ele, foram os danos à saúde em decorrência do trabalho. “A gente colhia de manhã, quando chegava meio dia não tinha apetite, dava enjoo, tinha vontade de vomitar, dava tontura, batia uma fraqueza, suava frio. Fazia muito mal pra saúde de toda a família e não víamos mais condição de trabalhar com o fumo. Era a nossa única renda, mas precisávamos sair daquilo, então começamos a procurar alternativas”, comenta.
O Programa
O Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, criado sob a coordenação do MDA, visa apoiar projetos de extensão rural, formação e pesquisa, para desenvolver estratégias de diversificação produtiva em propriedades de agricultores familiares que produzem fumo, além de criar novas oportunidades de geração de renda e qualidade de vida às famílias.
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