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Plantio Direto    
Projeto estuda alternativas para consolidar plantio direto na Amazônia
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Diva Gonçalves, Embrapa Acre
16/05/2016

A demanda por tecnologias sustentáveis para melhoria da produção agrícola tem contribuído para intensificar a geração de conhecimentos sobre o sistema de plantio direto nas diversas regiões brasileiras. Um projeto executado pela Embrapa investe em pesquisas para ampliar o uso dessa técnica em estados amazônicos, considerando particularidades locais. No Acre são desenvolvidos estudos para indicação de plantas com maior potencial de formação de palhada, um dos princípios básicos do plantio direto.

O plantio direto preconiza o revolvimento mínimo no preparo do solo para implantação dos cultivos, a cobertura permanente deste recurso natural e a rotação de culturas. Estudos realizados nos diferentes biomas comprovam que essa prática ajuda a conservar o solo e a sua biodiversidade e influencia positivamente a produtividade agrícola.

O projeto “Validação, transferência de tecnologias e comunicação para a consolidação do Sistema Plantio Direto na Amazônia – SPDnoCAMPO” tem como foco principal o desenvolvimento e recomendação de tecnologias para disseminação dessa estratégia de produção no Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Roraima.

Plantas de palhada
O uso adequado do plantio direto está diretamente relacionado à diversificação de culturas e formação de palha para cobertura do solo. O objetivo da pesquisa no Acre é avaliar o potencial de gramíneas forrageiras e de uma espécie leguminosa para produção de palhada, nas condições locais de clima e solo, visando à recomendação de plantas de cobertura mais adaptadas para uso no sistema de plantio direto no Estado.

De acordo com o pesquisador Rogério Resende, responsável pelos estudos, a palhada ajuda a proteger o solo da erosão causada pelo excesso de chuvas e diminui a sua exposição aos raios solares, mantendo o ambiente úmido. “Além disso, a incorporação de resíduos orgânicos proporciona aumento da atividade microbiana no solo, processo que libera nutrientes para as plantas e contribui para melhorar o desempenho produtivo”, ressalta.

As primeiras ações do projeto SPDno Campo no Acre aconteceram no mês de abril, com a implantação de experimento, no campo experimental da Embrapa, em Rio Branco utilizando variedades de capim Brachiaria e leguminosa, para cultivo individual e consorciado. “Nessa etapa inicial também vamos observar o desenvolvimento espontâneo da vegetação nativa, como parâmetro padrão para as avaliações das plantas de palhada”, diz o analista Charles Costa, que acompanhou as atividades de preparação da área e plantio das espécies.

Avaliações
Serão estudadas duas variedades de brachiaria (decumbens e ruziziensis) e a leguminosa mucuna preta. Segundo Resende, essas gramíneas são largamente utilizadas em propriedades rurais da região, por isso, é importante estudar o seu comportamento como palhada no cultivo de culturas também tradicionais entre os agricultores. Já a mucuna preta possui elevada capacidade de fixar nitrogênio no solo, principal elemento no processo de crescimento das plantas e na formação da massa verde e, em grande quantidade, também potencializa a produção de palhadas de cobertura do solo. “Em termos práticos, essa leguminosa ajuda a aumentar a fertilidade natural dos solos, fator que contribui para diminuir a dependência de compra de insumos minerais”, explica.

As plantas serão avaliadas em relação aos níveis de produção de matéria orgânica e capacidade de cobertura do solo. A etapa seguinte da pesquisa envolve o cultivo de milho, seguido de feijão, em sistema de plantio direto, para validar esse material. A primeira cultura será implantada em outubro deste ano e a segunda no início de 2017.

Para Resende, o excesso de chuvas e as altas temperaturas representam o principal desafio para uso do plantio direto na Amazônia. Esses dois fatores associados levam à rápida decomposição da palhada no solo. A permanência dessa camada por mais tempo na terra contribui para o desenvolvimento dos cultivos agrícolas. “Vamos avaliar essas culturas utilizando as palhadas que melhor se desenvolveram, para identificar a sua influência no desempenho produtivo e no controle de doenças nos plantios”, afirma o pesquisador.

Prioridades do projeto

O SPDno CAMPO é uma iniciativa desenvolvida em rede, por Unidades da Embrapa localizadas na Amazônia, em parceria com a Embrapa Solos (Rio de Janeiro/RJ) e Embrapa Soja (Londrina/PR), universidades, institutos federais e empresas de assistência técnica e extensão rural e outras instituições de pesquisa e fomento ao setor produtivo.

Uma equipe multidisciplinar atua em diversas frentes de trabalho com o objetivo de gerar novos conhecimentos tecnológicos e promover a validação de tecnologias já utilizadas em outras regiões, como forma de ampliar o uso do sistema de plantio direto entre diferentes segmentos do setor produtivo agrícola na Amazônia. Além de milho e feijão, as pesquisas contemplam o cultivo de oleaginosas, especialmente o girassol, soja e sorgo, entre outras culturas, de acordo com a aptidão agrícola de cada estado.

Segundo Davi Melo, pesquisador da Embrapa Rondônia e líder do projeto, o plantio direto contribui para a longevidade dos sistemas de produção agrícola, entretanto, os princípios preconizados por esta prática nem sempre são seguidos devido a uma série de fatores. Na Amazônia, características peculiares de clima e solo da região tornam a questão ainda mais complexa. “O esforço coletivo busca apresentar alternativas que possam contribuir para consolidar essa tecnologia como modelo sustentável de produção de grãos nesse bioma”, afirma.

As atividades de validação, demonstração e transferência das soluções tecnológicas para uso do plantio direto em propriedades amazônicas serão realizadas por meio de Unidades de Referência Tecnológica (URT´s). Tais estruturas, já em fase de implantação em alguns estados, também vão possibilitar a realização de estudos para determinação da viabilidade econômica das modalidades de plantio direto desenvolvidas e testadas.

Paralelamente, o projeto vem atuando na realização de diagnóstico socioeconômico nos diferentes estados, com foco na caracterização das modalidades de plantio direto utilizadas pelos agricultores e identificação de potencialidades e limitações para uso do sistema. “Esse conhecimento permitirá identificar as melhores estratégias de ação para o fortalecimento da agricultura amazônica, com base nos pilares do sistema de plantio direto, garantindo seus benefícios para a agricultura regional”, esclarece Davi Melo.

Outra prioridade é a formação de agentes para multiplicação de conhecimentos sobre plantio direto. Desde 2015 são oferecidas capacitações sobre a temática, com duração mínima de 16 horas, dirigidas a produtores rurais e técnicos extensionistas de diversas localidades. A previsão é que até julho de 2017, data prevista para encerramento das atividades do projeto, mais de mil pessoas estejam aptas a atuar na disseminação dessa técnica na Amazônia brasileira.

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