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Fernando Goss, Embrapa Pecuária Sul
06/06/2016
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Os problemas causados pelo carrapato estão entre as principais perdas econômicas da pecuária no Rio Grande do Sul. Para discutir estratégias de combate ao parasita, foi realizado na última quarta-feira (01/06) o seminário "Carrapatos e Tristeza Parasitária Bovina: Desafios para o Controle", na sede da Associação e Sindicato Rural de Bagé (RS). No evento também foi lançado o livro "Carrapatos – Protocolos e Técnicas para Estudo". O evento foi promovido pela Embrapa (Pecuária Sul e Gado de Corte), Associação e Sindicato Rural de Bagé e Biogéneses Bagó.
Na abertura do seminário, o presidente da Associação Rural, Rodrigo Borba Moglia, ressaltou que é necessário buscar ferramentas eficientes para o controle do carrapato, ajudando a diminuir as perdas causadas pelo parasita. Moglia salientou ainda que foi formado um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria Estadual de Agricultura para definir políticas públicas para o controle do carrapato. Fazem parte desse grupo instituições de pesquisa, como a Embrapa Pecuária Sul, a vigilância sanitária e também representantes dos produtores rurais.
Anchor Um dos palestrantes do seminário foi um dos coordenadores do livro, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Renato Andreotti. Segundo ele, a publicação tem por objetivo contribuir e dar subsídios para pesquisadores e estudantes em trabalhos relacionados ao carrapato. Na obra são apresentadas as principais técnicas e protocolos já existentes para o estudo do parasita. O pesquisador ressaltou que a obra é uma continuidade de outra publicação, o livro Carrapatos no Brasil – Biologia, Controle e Doenças Transmitidas. "O objetivo desses trabalhos é organizar e disseminar informações já existentes, contribuindo para o aprofundamento de estudos e pesquisas sobre o tema", afirmou. As obras estão sendo distribuídas gratuitamente para universidades, centros de pesquisa e instituições de pesquisa.
Já a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Emanuelle Baldo Gaspar apresentou a palestra "Vacina contra a Tristeza Parasitária Bovina – Estado da Arte". Segundo a pesquisadora, fazer vacinas contra parasitas é um processo muito difícil, tanto para humanos como para animais, por isso que existem poucas disponíveis no mercado. Emanuelle relatou que a única vacina para TPB aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é feita a partir de sangue de animais controladamente contaminados, que era produzida pelo Instituto Desidério Finamor. Porém, o Mapa descredenciou a instituição para esta finalidade. "Estas vacinas, chamadas de vivas atenuadas, são feitas de forma quase artesanal, não tem eficiência total e podem também trazer alguns riscos na sua aplicação".
Outro tema abordado foi a resistência a acaricidas em bovinos, apresentado pela pesquisadora Claudia Gulias Gomes. A pesquisadora ressaltou que nos últimos anos não foram lançados novos princípios químicos para o combate ao carrapato. "O uso durante muito tempo dos princípios existentes e, além disso, o uso incorreto, levou a um aumento da resistência dos animais", disse Claudia. Por isso, salientou a pesquisadora, é preciso uma mudança de mentalidade do produtor, com um uso mais planejado e estratégico dos acaricidas de forma a diminuir ou retardar o aparecimento da resistência nos rebanhos.
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