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Vanúsia Duarte, IMA
27/06/2016
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Começa na sexta-feira desta semana (1/7) o período do vazio sanitário da soja, que prosseguirá até 30 de setembro em todo o território mineiro. Durante 90 dias estará proibido o plantio deste grão em todo o estado, exceto para as situações previstas na legislação e desde que autorizado pelo Comitê Estadual para Controle da Ferrugem Asiática da Soja, presidido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
O IMA prevê fiscalizar aproximadamente 700 propriedades rurais em todo o estado durante os 90 dias de vigência do vazio sanitário.
A medida está estabelecida pela Resolução nº 1.393/2015 da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Portaria nº 1503/2015 do IMA e tem o objetivo de prevenir e controlar a ferrugem asiática, praga causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e que destrói a planta infectada.
Além da proibição de novos plantios, durante o vazio deverão ser exterminadas todas as plantas vivas remanescentes de safras anteriores, o que poderá ser feito com a utilização de produtos químicos ou outras formas de erradicação.
O produtor que for notificado pelo IMA por manter a planta na sua lavoura e que não exterminá-la em prazo de 10 dias após a notificação estará sujeito a multa de 1,5 mil Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs), o equivalente a R$ 4.516,35.
Poucas autuações
Este será o décimo ano consecutivo em que o vazio sanitário da soja é realizado em Minas, desde que foi instituído em 2007. O gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, engenheiro agrônomo Nataniel Diniz Nogueira, argumenta que ao longo dos últimos nove anos o IMA fiscalizou 4530 propriedades rurais com plantações do grão em todo o estado.
Do total fiscalizado o Instituto realizou 715 notificações, casos onde foi constatada a presença da planta na propriedade. Destes, somente 41 produtores receberam autos de infração, que são aqueles casos em que o agricultor, depois de notificado, não erradicou a planta no prazo de 10 dias estipulado pelo IMA.
“Estes 41 autos de infração emitidos em nove anos representam apenas 0,9% do total de propriedades fiscalizadas. É um número pequeno e demonstra que o produtor rural de Minas aderiu ao vazio sanitário, consciente da sua importância para que as lavouras estejam livres da doença e se mantenham produtivas”, argumenta Nataniel Nogueira.
“É um trabalho em parceria entre o IMA, que orienta e fiscaliza, e o produtor, que cumpre a sua parte, pois sabe que é o braço direito do estado nesse processo de controle e prevenção à doença”, enfatiza.
Sem hospedeiros
Nataniel Nogueira explica que o vazio sanitário permite que as lavouras permaneçam 90 dias sem os pés de soja e, dessa forma, que estejam livres dos hospedeiros, evitando ou diminuindo a incidência da praga na safra posterior.
Ele relata que a disseminação da doença é feita pelo vento e que apenas uma planta com o fungo é capaz de reproduzir milhões de uredosporos (unidades de reprodução) com capacidade para atingir as plantações de diversas propriedades.
Safra maior
Minas Gerais é o sexto maior produtor de soja do Brasil, com 4,7 milhões de toneladas previstas para a safra 2016, um crescimento de cerca de 30% no volume de produção em relação às 3,3 milhões de toneladas de 2015.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
As principais regiões produtoras no estado são Noroeste, Triângulo e Alto Paranaíba. O grão é cultivado também no Sul de Minas e vem registrando expansão para o Sudoeste do estado.
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