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Paula Rodrigues, Embrapa Hortaliças
29/06/2016
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Neste mês, os campos experimentais da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) obtiveram um importante reforço para o desenvolvimento de pesquisas na área de controle biológico: após algumas semanas de obras, foi finalizada a construção de um insetário que será utilizado para cultivar plantas com o propósito de estudar a mosca-branca, uma das principais pragas da olericultura.
A estrutura difere de uma casa de vegetação comum porque possui uma grande antecâmara de isolamento e também laterais feitas de policarbonato, um material resistente que oferece transparência e alto nível de segurança. De acordo com a pesquisadora Alice Nagata, da área de Virologia, a proposta é que cada compartimento do insetário tenha uma população de mosca-branca infectada com um tipo específico de vírus.
"Pretendemos infectar intencionalmente a mosca-branca com vírus que sejam prejudiciais somente ao inseto e não à planta cultivada", conta Alice ao destacar que serão observados o comportamento da praga e aspectos como mortalidade, oviposição, sintomas, quantidade de fêmeas e machos, longevidade, tamanho, entre outros.
O insetário foi custeado com recursos de fontes externas de financiamento, no caso, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, totalizando um investimento aproximado de R$ 200 mil. O projeto tem integrantes das equipes do Laboratório de Virologia, Biologia Molecular e Entomologia, além de parceiros da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Universidade de Brasília (UnB).
"Após a escolha do local pela equipe da pesquisa, a área administrativa da Embrapa Hortaliças providenciou a limpeza do terreno, a instalação de ponto de água e de energia elétrica e a fiscalização da obra", comenta Andrea Sousa, chefe-adjunta de Administração.
Para a pesquisadora, a nova estrutura vai possibilitar a busca por vírus que sejam nocivos para a mosca-branca, permitindo o controle biológico da praga, assim como aconteceu com o baculovírus, que mata a lagarta da soja. "Nós queremos uma alternativa ao inseticida para controle dessa importante praga", encerra.
Ela sinaliza que, por enquanto, a maior dificuldade reside na forma de infecção do inseto. Uma lagarta, por exemplo, pode mastigar folhas pulverizadas com vírus e, assim, no contato com a superfície da folha, adquirir as partículas virais. Já na mosca-branca o mecanismo é diferente porque se trata de um inseto sugador que se alimenta da seiva da planta. "É um grande desafio e precisamos estudar soluções para saber se a infecção vai ocorrer via alimentação ou se por meio de pulverização do inseto", estipula.
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