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Danielle Castro Garcia, CBCPD 2016
26/08/2016
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Experiências com diferentes produtos e em variados países comprovam que é preciso variar herbicidas, técnicas de manejo e modos de ação para combater a resistência. Na quarta-feira (24) as palestras e debates do Congresso Brasileiro das Plantas Daninhas trouxeram panoramas de outros países, com Shiv (Deepak) Shankhar, pesquisador da Syngenta na Inglaterra e Nilda Roma Burgos, da Universidade de Arkansas - EUA, que reforçaram a importância de se adotar diferentes modos de ação e diferentes herbicidas para assim evitar, ou tratar adequadamente, a questão da resistência.
Deepak abordou o desafio para controlar plantas daninhas resistentes aos herbicidas inibidores da CCAse. "A utilização de medidas proativas, incluindo diferentes tipos de herbicidas e métodos de controle não químicos são essenciais para conter o avanço da resistência", alertou.
A pesquisadora Nilda Burgos trouxe relatos de Amaranthus palmeri (Caruru) que apresentaram resistência não só ao Glifosato, mas também aos herbicidas inibidores da Protox (PPO) e chamou atenção para o fato de que o combate das plantas daninhas é único em cada situação, sofrendo influencia de diversos fatores. "Para implementar soluções precisamos conhecer o que aconteceu antes naquele campo. A velocidade com que os plantas daninhas estão se espalhando. Se existem diferentes tipos de plantas daninhas. Essas e outras perguntas, determinam as ações que podemos adotar para controlar a população de plantas daninhas em cada lavoura".
Como alerta principal, fica a mensagem de que outros tipos de herbicidas, e não apenas o Glifosato, estão sujeitos à resistência quando utilizados de forma incorreta ou como única alternativa de controle por determinado período. Desta forma, planejar o combate às plantas daninhas considerando diferentes estratégias, princípios ativos e modos de ação é essencial para garantir a eficácia no controle das plantas invasoras e não acelerar o processo de seleção de plantas daninhas resistentes.
Soluções integradas de manejo
Neste contexto de somar esforços e garantir caminhos alternativos frente à questão de espécies resistentes, as soluções integradas de manejo aparecem como uma possível solução. A recomendação é apostar em culturas de cobertura que possam ser utilizadas, principalmente no inverno (entressafra), para evitar que as plantas daninhas se espalhem, já que as invasoras "preferem" o solo desocupado.
"A palhada atua como uma barreira física, impedindo a emergência das plantas daninhas e também atua na produção de compostos alelopáticos, que interferem no desenvolvimento de outras espécies vegetais, como as plantas daninhas", explica Guilherme Braga Pereira Braz da Universidade Estadual de Maringá – UEM.
Dentre os exemplos abordados durante o CBCPD 2016 estão o consórcio do milho e braquiária; sorgo com braquiária e também o cultivo de milheto e crotalária. Alternativas que trazem múltiplos benefícios para o agricultor. "Todas essas espécies vão ter efeitos na supressão de plantas daninhas, além de beneficiarem o manejo de nematoides e a reciclagem de nutrientes - como o caso do milheto e crotalária -, melhorando dessa forma as características químicas, físicas e biológicas do solo", explica Alessandro Guerra da Silva da Universidade de Rio Verde – UniRV.
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