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Laryssa Carvalho, Emater-GO
06/09/2016
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Com características específicas, o plantio de mudas nativas do cerrado é um verdadeiro desafio. Com o objetivo de esclarecer informações que permeiam o cultivo dessas variedades, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) ofereceu a oficina “Produção de Frutos do Cerrado”. As exposições integraram a programação do 7º Seminário Nacional da Biodiversidade e Sementes Crioulas. A oficina foi realizada na última sexta-feira (2/9), no Centro de Treinamentos da Emater.
Oficina
Pequi, mangabeira, araticum (marolo) e outras variedades conquistaram a atenção de produtores rurais, pesquisadores e estudantes que participaram da oficina realizada pela Emater. Durante as exposições sobre as formas adequadas e peculiares do plantio de mudas nativas do Cerrado, a pesquisadora da Emater Elainy Botelho Carvalho Pereira e o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Unidade Cerrados Ailton Vitor Pereira ressaltaram as vantagens do plantio de mudas nativas para a propriedade e para o meio ambiente.
A pesquisadora destacou que a polpa do pequi apresenta uma substância inibidora, que causa a dormência do fruto e impede que ele germine. Para a eficácia da produção da muda é necessário que toda a polpa seja retirada e, para isso, pode ser utilizada uma betoneira.
Ainda sobre o passo a passo, a pesquisadora ressaltou que, após a retirada da polpa, é necessário repousar os caroços espalhados na sombra. É importante ressaltar que o repouso da variedade deve ser feito sobre uma superfície concreta. Para quebrar a dormência do pequi, os produtores interessados em realizar o cultivo deverão acrescentar 1 g de ácido para 4 litros de água e assim repousar os frutos durante três dias.
Após todo o processo de adequação dos frutos, o plantio da muda deve ser feito em uma cova permeada de barro. Segundo a pesquisadora, a lama permite estabilidade à planta.
Exemplo
Entre as mudas nativas destacadas durante a oficina, o Pequi conquistou a atenção dos produtores rurais. Para a produtora de Campos Verdes de Goiás Maria Abadia Rodrigues dos Santos, o plantio de mudas nativas vai além da preservação ambiental.
“Um ponto que eu achei interessante é a possibilidade comercial que cada muda proporciona ao produtor. Seja na parte de artesanato ou até com alimentos típicos as mudas nativas funcionam como uma renda extra ao produtor” observou a produtora.
Ainda segundo Maria Abadia, o evento levou a troca de experiências entre diferentes povos de diferentes regiões. Sobre qual muda plantar, a produtora não esconde sua admiração pelo pequi e afirmou que “realizará o plantio ainda esse ano”.
Seminário
O evento teve como objetivo principal apresentar o trabalho realizado por famílias camponesas na área de produção das sementes crioulas. Outro ponto priorizado durante o Seminário foi a troca de informações entre todos que estavam presentes e em diversas áreas do conhecimento.
Segundo a coordenadora do Movimento Camponês Popular (MCP) Ana Cláudia de Lima Silva, o evento contou com a presença de camponeses, estudantes e produtores rurais e contou com diversas oficinas. “Os temas abordados perpassam pela perspectiva da produção agroecológica, alem dos aspectos comerciais da produção de sementes Crioulas”, explicou Ana Cláudia.
Ainda de acordo com a organizadora, cerca de 200 pessoas participaram do evento. Além das oficinas, foram realizadas visitas às mudas produzidas pela Emater no Centro de Treinamentos e apresentações culturais nacionais e internacionais.
Interesse
Os produtores rurais interessados em plantar mudas nativas do Cerrado podem procurar a Emater. Pesquisadores da entidade estão à disposição para esclarecer dúvidas e orientar sobre a aquisição das mudas pelo produtor.
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