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Irrigação em pastagens: planejamento para períodos de estiagem
Após os últimos três anos, que apresentaram excesso de chuvas, os modelos meteorológicos indicam que teremos um período de primavera e início de verão "Neutro", ou seja, caracterizado pela ausência dos fenômenos El Niño e La Niña
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Gustavo Trentin e Márcia Cristina Teixeira da Silveira, pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul
04/11/2016

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A região Sul do Brasil está situada em uma localização privilegiada, em que é possível a utilização de diferentes plantas forrageiras para alimentação animal, sendo elas tropicais e temperadas.

A produtividade destas forrageiras é influenciada, dentre outros fatores, pela disponibilidade de água no solo, proporcionada pelas chuvas. Porém, a distribuição das chuvas apresenta elevada variabilidade entre anos e entre regiões, possivelmente relacionada ao efeito dos fenômenos El Niño e La Niña, que atuam predominantemente no período de primavera e início de verão.

Os eventos de La Niña são caracterizados por chuvas abaixo da média na Região Sul, enquanto El Niño geralmente provoca chuvas acima da média. Ambos os eventos têm trazido prejuízos no aproveitamento do potencial de produção forrageira para alimentação animal. Desta forma, o desafio tem sido em como garantir a continuidade da produção animal a pasto, no período de primavera-verão, época em que os sistemas de produção sentem mais fortemente os impactos no potencial produtivo devido às consequências desses fenômenos.

Após os últimos três anos, que apresentaram excesso de chuvas, os modelos meteorológicos indicam que teremos um período de primavera e início de verão “Neutro”, ou seja, caracterizado pela ausência dos fenômenos El Niño e La Niña. Isto significa que a distribuição das chuvas deverá ficar próxima aos valores normais para a região, podendo ser insuficientes para o pleno crescimento das plantas forrageiras, pela possibilidade de ocorrência de períodos de estiagem, justamente em meses como dezembro e janeiro, em que a demanda de água pelas plantas é maior.

Baseado nas previsões meteorológicas e nas experiências anteriores dos produtores, é possível buscar formas para tentar diminuir os riscos e impactos de uma situação como essa. Isto se faz por meio de um PLANEJAMENTO, que pode englobar várias formas de enfrentamento aos efeitos desse período ‘’Neutro’’. O planejamento pode englobar, por exemplo, formas de armazenamento de água na propriedade; subdivisões dos potreiros; escolha de plantas a compor cadeias forrageiras; adequação do momento de plantio; uso de irrigação; ajuste de lotação e a possibilidade de conservação de forragem e/ou aquisição de alimento concentrado. Ou seja, as escolhas das estratégias mais viáveis dependerão de cada sistema de produção.

Vale ressaltar que, dentre essas estratégias, tem sido crescente o interesse dos produtores pelo uso da irrigação em suas propriedades. Entretanto, ainda são poucos os estudos referentes ao uso da irrigação de pastagens na região, que considerem, de forma conjunta, condição meteorológica-solo-planta-animal.

Com esse enfoque, recentes trabalhos na Embrapa Pecuária Sul vêm sendo conduzidos visando a um acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de plantas forrageiras (área foliar, estágio de desenvolvimento, sistema radicular, altura de plantas) e das variáveis meteorológicas (radiação solar, temperatura, umidade do ar e vento) que influenciam na evapotranspiração, a fim de orientar melhor o momento e a quantidade adequada de aplicação de água via irrigação em pastagens.

É importante lembrar que embora a irrigação possa ocasionar incremento na produtividade em relação às situações de sequeiro e permita produção de forragem em períodos de estiagem, esta é uma ferramenta cara, fato que requer uma utilização o mais eficiente possível. Dessa maneira, o conhecimento aprofundado do potencial de produção das plantas forrageiras e do manejo do pastejo é algo fundamental, antes de se utilizar a irrigação. Isso porque o manejo inadequado tem sido apontado como uma das principais causas do insucesso de muitos projetos de irrigação.

Este fato reforça a ideia de que ao se pensar nesta estratégia de enfrentamento a possíveis estiagens, o seu uso precisará ser entendido dentro de um contexto amplo, devendo ser trabalhado de forma conjunta com os demais componentes do sistema de criação de animais a pasto para gerar benefícios reais pela redução dos riscos da atividade em anos como este, em que podem ocorrer chuvas insuficientes para o pleno desenvolvimento das plantas forrageiras para a alimentação animal.

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