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Fabiana Henrique, Sebrae SC
07/12/2016
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A indústria láctea brasileira ainda enfrenta alguns problemas sérios no que diz respeito à qualidade do leite recebido dos produtores. O mercado informal de escoagem da produção leiteira no país ainda é considerável, dificultando o controle de qualidade e procedência. Além disso, a saúde de alguns rebanhos leiteiros em determinadas regiões do país ainda não condiz com o mínimo básico exigido para uma produção de qualidade e livre de problemas. Para conscientizar todos os elos da cadeia do leite no país, o Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae apresenta em recente relatório dicas para auxiliar no diagnóstico da qualidade do leite e as mudanças nas diretrizes e os patamares exigidos para a verificação do produto.
O consumidor final de leite no país geralmente não atenta para a importância da qualidade do leite na alimentação, o que se deve pelo desconhecimento de que o produto requer cuidados específicos (suas características biológicas, físicas e químicas são facilmente modificadas por microrganismos e manipulação inadequada) e pela negligência em relação custo versus qualidade. Como qualquer produto alimentício, a busca pela qualidade do leite e dos seus derivados é regulada por órgãos oficiais voltados à segurança alimentar. Dentro desses órgãos são elaboradas diretrizes de orientação voltados para todo o setor, como o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL), que tem como objetivos: aumentar o rendimento e eficiência da indústria láctea a partir do fornecimento; estimular a constante melhora da qualidade do leite, agregar valor aos produtos lácteos e fornecer ao consumidor final um produto de maior credibilidade.
Estabelecida em 2002, a Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL) é uma estrutura que serve para monitorar os requisitos mínimos da qualidade do leite cru. Algumas normas foram estabelecidas e diretrizes de qualidade foram criadas com o intuito de assegurar uma alta qualidade no leite e de fiscalizar a procedência. É esta rede a responsável por análises específicas como Contagem de Células Somáticas (CCS), contagem global de microrganismos, pesquisa de resíduos de antibióticos e a verificação dos teores de proteína, gordura, lactose e sólidos totais no leite. Outro referencial de suma importância para atestar a qualidade do produto é a CBT (Contagem Bacteriana Total).
Mudanças legais - Em maio de 2016, foi publicada uma Instrução Normativa (IN) que determinou que produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão mais dois anos (até 2018) para se adequar às novas diretrizes de limites para Contagem das Células Somáticas (CCS) - 400 mil UFC/ml - e da Contagem Bacteriana Total (CBT) - 100 mil cls/ml. A mudança estava marcada para valer a partir de 2016, mas como muitos produtores não estavam conseguindo cumprir os limites definidos no PNQL, foi dado um prazo maior para adequação.
Aos produtores que buscam aperfeiçoar o diagnóstico de qualidade do leite, o SIS-Sebrae recomenda:
· Conheça alguns programas e projetos que podem beneficiar o setor e até mesmo o seu próprio negócio, como PAS Leite, o Programa Produção de Leite de Qualidade e o Projeto de Melhoria da Competitividade do Setor Lácteo Brasileiro;
· Busque capacitação para aprender as técnicas oferecidas pela Embrapa para melhorar a sua produção de leite e evitar doenças. O Centro de Produções Técnicas (CPT) disponibiliza este tipo de curso, confira;
· Realize o cadastro na Embrapa Gado de Leite no projeto GisLeite, para que o produtor utilize o software e obtenha mais informações sobre produção de leite.
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