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Clima      
Condições climáticas desfavorecem safra 2016/2017 da cana
Inconstância do clima prejudica planejamento agrícola
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IAC
13/02/2017

As condições climáticas de 2016, comparadas com as do ano anterior, foram desfavoráveis para a canavicultura. Além de prejudicar o desenvolvimento da cultura, a inconstância do clima impacta a elaboração de planejamento agrícola, que é feito considerando as variáveis climáticas e os dados de anos anteriores. Os efeitos das variações climáticas são sentidos na redução da produtividade, que na safra 2016/2017 variou em torno de 7%, dependendo da região paulista. Por outro lado, a seca fez aumentar a concentração de sacarose. “Dependendo do grau do déficit hídrico, ele ajuda na sacarose, apesar de reduzir a produtividade”, explica o pesquisador do Programa Cana IAC, Maximiliano Salles Scarpari.

A safra 2016/2017 ocorreu em condição mais seca do que a passada, quando as chuvas foram mais constantes. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, houve excesso hídrico e menor insolação, o que causa prejuízo porque é o período em que a cana-de-açúcar está em desenvolvimento. Neste estágio, a cultura precisa de água, além de temperatura e insolação adequadas. “Em função das chuvas, a temperatura e a insolação ficaram baixas”, explica Scarpari.

Nos dois primeiros meses de 2015, na região central do Estado de São Paulo, a insolação ficou em torno de 11 horas de brilho solar, por dia, dois pontos a mais do que em 2016. Já a temperatura máxima ficou três graus acima em 2015, comparando-a com a de 2016. “Essa temperatura menor prejudica o crescimento do canavial”, explica.

Já em março e abril deste ano, faltou chuva. Além disso, abril foi um dos meses mais quentes de 2016, atingindo cerca de quatro graus a mais do que no mesmo período do ano anterior. Ou seja, o segundo bimestre reuniu déficit hídrico e temperatura elevada. Conclusão: a cana secou. “De janeiro até abril houve problemas climáticos”, resume o pesquisador.

De maio a agosto, foi a vez de excesso hídrico, mas também ocorreu falta de chuvas. Scarpari relembra que em junho e julho choveu bem, prejudicando a maturação da cana e a colheita. Já entre final de julho e início de agosto secou, voltando a chover no final de agosto. Setembro secou novamente, condição que começou a mudar no final de outubro. “Um clima bem inconstante”.

Por ser a cana uma cultura de ciclo longo e permanecer em campo o ano todo, ela sofre todas as intempéries climáticas. “Quando tem extremos climáticos dentro de um mês isso impacta muito a produtividade”, afirma.

“A safra 2016/2017 foi de altos e baixos em termos climáticos, isso prejudica o planejamento porque não tem constância”, resume o pesquisador.

Os dados climáticos são usados na elaboração do planejamento agrícola, que envolve deste as etapas de produção e o uso de maquinários até a venda do açúcar. A comercialização antecipada da safra requer maior segurança na estimativa da produção. Daí a importância de adotar projeções acertadas, que levem a planejamentos confiáveis.

Quando os extremos do clima causam surpresas, são prejudicadas as modelagens, baseadas em dados do clima e, consequentemente, são impactados os planejamentos feitos nas propriedades rurais. “Quando há constância climática, a produtividade fica dentro da meta. Nós modelamos dados numéricos e projetamos para a próxima safra, construindo um cenário do clima”, afirma.

As projeções são feitas em janeiro, considerando o que deverá ocorrer no meio e no final da safra. “Quando o cenário climático foge da previsão, ele prejudica o planejamento”. Os acertos dessas projeções são em torno de 98%, segundo o pesquisador.
 
Prevclimacana/IAC
As informações sobre condições climáticas para a canavicultura são trabalhadas pelo Instituto Agronômico no Programa Previclimacana, mantido, desde 2007, pelo IAC. O trabalho requer informações precisas e localizadas, pois são considerados dados do ambiente de produção local. “O modelo de estimativa tem que ser calibrado para cada unidade, considera-se o clima e o ambiente de produção da propriedade”, diz Scarpari.

Atualmente, sete usinas no Estado de São Paulo são conveniadas ao Previclimacana. “Não é uma tecnologia que serve a usuários em geral porque é elaborada com base em dados específicos de cada propriedade”, esclarece.

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