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As pesquisas do Instituto Agronômico (IAC) sobre porta-enxertos que podem contribuir no controle do Huanglongbing (HLB) foram apresentadas no 18º Dia do Limão Tahiti, realizado no dia 06 de abril, em Pindorama, interior paulista, onde foi exposto um panorama sobre a cultura. A pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mariângela Cristofani Yaly, explicou que o porta-enxerto pode induzir a redução do tamanho das copas, viabilizando o plantio mais adensado, o que facilita os tratos culturais, como a aplicação de defensivos. “Uma planta pequena produz menos, mas quando há mais plantas por hectare ocorre uma compensação na produção”, afirmou.
Atualmente, há cinco porta-enxertos desenvolvidos pelo IAC e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estão em fase de avaliação. O Centro de Citricultura do IAC realiza pesquisas para o desenvolvimento de novos porta-enxertos derivados do cruzamento entre Citrus sunki, que é tolerante à seca e suscetível à gomose de Phytophthora e Poncirus trifoliata, que suscetível à seca e tolerante à gomose de Phytophthora.
Entre os fatores que afetam a produção, a pesquisadora destaca o reduzido número de variedades, a estreita base genética e a monocultura, que provocam a alta vulnerabilidade do pomar a doenças e pragas. “O Centro de Citricultura recomenda que o produtor plante uma amostra de novos porta-enxertos para testar e verificar qual é a melhor opção para ele renovar o pomar”, disse.
A pesquisadora explicou que há uma alta incidência de HLB na região Sul do Estado de São Paulo. Atualmente, os pomares paulistas produzem 76% do limão brasileiro, cultivados por pequenos produtores. Durante sua apresentação, Mariângela afirmou que os principais desafios da citricultura estão relacionados às mudanças climáticas e doenças.
O evento contou com a participação de mais de 200 pessoas. Para o engenheiro agrônomo, Robson Zambon, o Centro de Citricultura mostra as tendências do setor. Na avaliação de Hélio Tribune, também engenheiro agrônomo, o evento colabora para a disseminação de novos conhecimentos e cenários. “Hoje, o limão está substituindo a laranja; vim para esse evento para ver as pesquisas na área e o panorama econômico”, disse.
Bruna Aparecida Bettini, mestranda pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar), participou pela quarta vez do evento. “Nesta edição, trabalhei na organização, mas participo desde a minha iniciação científica que fiz no IAC”.
O público do evento teve acesso a apresentações sobre poda, alerta fitossanitário e recomendações para cultura. O palestrante Sérgio Ricardo Sanches do Nascimento, do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), falou sobre as dez recomendações para o controle do HLB, que são: instalar ou renovar pomares com mudas de viveiros protegidos, adotar práticas para antecipar a produção e ter alta produtividade, inspecionar os pomares frequentemente e eliminar todas as plantas com sintomas de HLB, monitorar a população de psilídeo e fazer o controle rigoroso do inseto,sobretudo nasbordas do pomar. Recomenda-se também ser parceiro do produtor vizinho e participar do manejo regional. “Os produtores têm avisado os vizinhos e técnicos por meio de aplicativos de celular”, disse.
As regiões no Estado de São Paulo com alerta de HLB são: Avaré, Araraquara, Santa Cruz do Rio Pardo, Bebedouro, Casa Branca, Lins, Frutal, Rolândia, Paranavaí, Novo Horizonte e Franca.
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