dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     23/04/2024            
 
 
    
Controle Biológico      
IAPAR e cooperativas combatem doença de laranjais com controle biológico
Projeto envolve o controle biológico por meio da multiplicação, da tamaríxia, uma vespinha originária do Sudeste Asiático
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Agência de Notícias do Paraná
26/06/2017

Uma parceria inédita entre o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e a Citri Agroindustrial vem ajudando a controlar a principal doença que ataca a citricultura mundial. Trata-se do greening, responsável, dentre outros, por dizimar pomares na Flórida, um dos grandes produtores globais da fruta.

O projeto, que começou em outubro do ano passado, envolve o controle biológico por meio da multiplicação, pelo IAPAR, da tamaríxia (Tamarixia radiata) uma vespinha originária do Sudeste Asiático, que é um predador natural do inseto psilídeo, o vetor da bactéria que causa o greening.

O greening, também conhecido como huanglongbing (HLB), ataca as brotações sugando a seiva das folhas novas. Os sintomas são ramos com folhas amareladas, depauperamento das plantas e deformação dos frutos. Quando detectada a doença, as plantas precisam ser eliminadas, de acordo com Rui Pereira Leite, pesquisador do IAPAR.

“Trata-se do principal problema da citricultura mundial. Só para se ter uma ideia, a Flórida, que chegou a produzir 250 milhões de caixas de laranjas, hoje produz 65 milhões de caixas depois da incidência da doença”, explica.

Com sucesso
A vespinha parasita as ninfas (formas jovens) do psilídeo, o vetor da bactéria do HLB. A técnica, de acordo com Leite, tem sido empregada com sucesso em outras regiões produtoras, como o estado de São Paulo e também no México.

As tamaríxias são soltas em pomares caseiros ou abandonados, ou em áreas urbanas onde não há controle da doença. A murta, uma planta comum em áreas urbanas, também conhecida como dama da noite, é uma hospedeira para o vetor da bactéria que causa a doença. “O desafio é eliminarmos o psilídeo em áreas onde não é feito o controle, que podem ser contaminar outras áreas”, diz.

Desde outubro do ano passado já foram liberadas 500 mil vespinhas em regiões de abrangência da Cocamar e da Citri. “A ideia inicial era produzirmos 25 mil vespinhas por mês, mas esse número passou rapidamente para 40 mil e agora já está entre 80 mil e 100 mil”, diz Leite. As vespinhas são transportadas em tubos de ensaio até o local da liberação.

Próximo passo
A parceria entre as cooperativas e o Iapar deve durar três anos e envolve R$ 360 mil em recursos das duas cooperativas. Além dos pomares de laranja, áreas de produção de limão tahiti em Altônia e São Jorge do Patrocínio também começaram a se beneficiar do projeto.

“O próximo passo será monitorar o percentual de ninfas parasitadas. Em áreas onde o controle biológico é realizado os resultados têm sido muito satisfatórios. Além do controle biológico, o IAPAR vem trabalhando para desenvolver variedades de laranjas resistentes ao greening”, diz Leite.

Incidência
O Paraná é o terceiro maior produtor nacional de laranja, atrás de São Paulo e Minas Gerais. Os laranjais geram R$ 315 milhões em Valor Bruto da Produção (VBP), o que representa 6% do total nacional. O Noroeste é a principal região produtora, com 70% dos pomares. A atividade gera cerca de 3 mil empregos no campo. Somente nessa safra, a produção deve alcançar 1 milhão de toneladas, 33% mais do que na safra passada.

A incidência do greening nos pomares paranaenses está em cerca de 10%, metade do percentual nos laranjais de São Paulo, maior produtor nacional. Ainda assim, de acordo com o pesquisador, é necessário monitoramento constante, com aplicação de inseticidas, controle biológico e eliminação das plantas doentes. “A vantagem da tamaríxia é que ela só atua no psilídeo. Não traz nenhum outro prejuízo para o ambiente”, diz Leite

Variedades resistentes
Além do controle biológico, o IAPAR vem trabalhando para desenvolver variedades de laranjas resistentes ao greening. O próximo passo é testar as variedades transgênicas na estação experimental do IAPAR em Xambrê. “Estamos apenas esperando a autorização da CTNbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia) para prosseguir com a pesquisa em campo”, diz.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: Notícia
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada