dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     20/04/2024            
 
 
    
Sanidade Vegetal      
MIP e MID mantêm produtividade e lucratividade das lavouras
Com o MIP foram feitas apenas duas aplicações de inseticidas, enquanto em áreas não acompanhadas chegou a 3,7 aplicações. Com o MID foram feitas 1,5 aplicações de fungicidas, contra 2,4 nas áreas não assistidas
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Emater PR
27/09/2017

Os resultados do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Manejo Integrado de Doenças (MID) são prova de que é possível manter a produtividade das áreas de lavoura e reduzir o uso de agrotóxico. Há cinco safras as duas práticas vêm sendo difundidas entre produtores paranaenses pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), Embrapa e Instituto Emater.

Na safra 2016/17 os técnicos da Extensão Rural acompanharam 141 Unidades de Referência (URs), áreas em que os produtores se dispõem a realizar o monitoramento das pragas e a adoção de metodologia específica para o seu combate. O MIP permitiu que fossem feitas apenas duas aplicações de inseticidas ao longo de todo o ciclo da cultura, enquanto em áreas não acompanhadas chegou a 3,7 aplicações. Nas 93 URs que adotaram o MID foram feitas 1,5 aplicações de fungicidas, contra 2,4 nas áreas não assistidas.

O MIP e o MID não são novidade no meio rural, mas foram retomados há alguns anos quando se percebeu o processo acelerado da perda de eficiência de fungicidas para o combate da ferrugem asiática no estado.  Segundo o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, essas técnicas demandam maior proatividade dos produtores ao longo da safra. "Começamos timidamente com a soja, evoluímos para o milho safrinha, trigo, feijão, hortaliças, dando um corpo maior para esse manejo, gastando menos, despejando menos químicos e gerando mais margem líquida ao produtor", afirmou. A adoção dessa prática trouxe até mesmo mudança de postura da indústria de defensivos. Hoje muitas empresas já colocaram no mercado produtos para fazer o controle biológico das pragas e doenças.

Mais dedicação
A eliminação dos inimigos naturais das pragas, a perda de eficiência de inseticidas e fungicidas, o aumento de surtos de pragas secundárias, o abuso na utilização de defensivos e o aumento nos custos de produção são alguns dos problemas causados pelo uso indiscriminado de produtos químicos na lavoura. Os técnicos ressaltam também que a aplicação do MIP/MID exige mais dedicação do produtor.

No caso do MIP, as áreas são monitoradas semanalmente, com o produtor reconhecendo as pragas em meio à soja, utilizando o pano-de-batida na lavoura, analisando os níveis populacionais dos predadores, como também dos inimigos naturais que estão atuando no sistema. Só a partir da obtenção dessas informações é possível analisar a necessidade de aplicação de inseticidas ou não. Para controlar a ferrugem asiática, são instalados coletores de esporos da doença em propriedades selecionadas. Depois, diversas instituições parceiras fazem a leitura das lâminas. A informação chega até o extensionista, que orienta os produtores quanto à necessidade de aplicação, pensando também se as condições ambientais estão favoráveis para o fungo.

Osmar Conte, pesquisador da Embrapa, explica que este ano os resultados de quem usou as técnicas não tiveram uma evolução muito grande quando são comparados aos resultados da safra 2015/16 porque o ataque de pragas e doenças foi mais tranquilo. Segundo ele, também é difícil medir a adesão a essas técnicas. "Até onde se sabe, a adoção não tem se expandido. Em função dos resultados obtidos, se esperaria muito mais. Mas o produtor é bombardeado por facilidades e às vezes não sobra tempo para pensar em algo diferente. Os que estão mais conscientes têm encontrado uma informação confiável das técnicas e obtido ótimos resultados, inclusive no Mato Grosso, em grandes áreas", explicou. Conte acredita que as informações chegam aos agricultores, mas a correria diária leva muita gente a optar pelo defensivo para simplificar o trabalho.

Defensivos menos eficientes

O extensionista do Instituto Emater, Paulo Mrtvi, atua em algumas URs na região de Londrina e criou um grupo de WhatsApp, há alguns anos, que dissemina os resultados dessas propriedades para que outros produtores apostem na tecnologia baseados em conteúdo técnico. Na opinião dele, o produtor precisa assumir a responsabilidade de sua área, e não terceirizar a tomada de decisão, deixando essa responsabilidade apenas nas mãos de técnicos ou agrônomos que o atendem. "O produtor precisa ir atrás da informação, se profissionalizar, andar na sua roça, avaliar o que é necessário ser feito. O imediatismo muitas vezes atrapalha uma tomada de decisão mais coerente, embasada em parâmetros técnicos e econômicos", complementa.

Uma das preocupações dos extensinionistas é o uso calendarizado de inseticidas e fungicidas que diminui consideravelmente a rentabilidade do produtor no final da safra. Além disso, aplicar defensivo em data específica e sem examinar a situação do ataque de pragas e doenças também significa perder a eficiência desses produtos ao longo do tempo. Sem o surgimento de novas moléculas para atender o produtor a tempo – já que as pesquisas demoram anos até que de fato o defensivo chegue no mercado – o perigo ronda a cultura da soja, principalmente quando se trata da ferrugem asiática.

De acordo com informações da Embrapa, o tempo decorrido da emergência da planta até a primeira aplicação de fungicida para o controle da ferrugem da soja, ficou em média de 75 dias nas URs, em áreas que adotaram o MIP/MID na safra 2016/17. Em áreas sem a tecnologia, foram 57 dias até a primeira aplicação. “A ferrugem é o maior desafio em termos do controle de doenças na soja. Hoje temos um arsenal menor e comprometido de defensivos para o controle dela. Nós precisamos fazer de tudo para usar adequadamente esses produtos e prolongar a vida útil deles. Fazer aplicações calendarizadas, antecipadas ou sequenciais sem critérios técnicos, com certeza não é a melhor maneira", explica a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas.

O Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) iniciou um projeto piloto para divulgar a prática do MIP/MID. Na safra 2016/17, foram 18 turmas por todo Paraná, iniciando com 262 participantes. No final da safra, 71% destes alunos concluíram o curso, além das visitas de técnicos no campo para acompanhar os trabalhos. O curso começa antes do plantio e exige um monitoramento semanal das áreas. Para a safra 2017/18, a expectativa é que se formem 27 turmas no curso, podendo atingir 436 pessoas.  Os técnicos retomam os treinamentos e reuniões de produtores a partir do plantio da próxima safra, de outubro a novembro.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Fernando Mendes Lamas
29/09/2017 - 08:06
Excelentes resultados. Parabéns aos agricultores, extensionista e pesquisadores.

Para comentar
esta matéria
clique aqui
1 comentário

Conteúdos Relacionados à: Manejo Integrado
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada