|
|
Taline Schneider, Emater/RS-Ascar
25/10/2017
|
Carregando...
Com o objetivo de apresentar as principais ferramentas, estudos de casos e os resultados do primeiro ano do Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, a Emater/RS-Ascar e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) realizaram um seminário estadual, na tarde desta tereça-feira (24/10), no auditório da Instituição, em Porto Alegre. O evento contou com a presença do governador do Estado, José Ivo Sartori, e dos secretários estaduais da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Ernani Polo, e da SDR, Tarcísio Minetto.
Uma das experiências exitosas apresentadas é da família Binda, produtora de leite em Fagundes Varela, que, neste primeiro ano, apresentou resultados extremamente significativos: aumento da produtividade em mais de 3 mil litros por hectare ao ano; diminuição de R$ 26 mil dos custos totais por ano e aumento de 540% na renda agrícola obtida pela família com a atividade. De nada vale todo esforço se a gente não mostrar os resultados, afirmou o extensionista da Emater/RS-Ascar do município, Airton de Almeida.
O produtor Tiago Binda afirmou que sem o Programa não teriam avançado com esses percentuais, atingindo esses resultados. Conseguimos baixar o custo de produção de R$ 0,97 para R$ 0,64 por litro de leite. Meu sonho é reduzir ainda mais esse custo, chegando a R$ 0,25 por litro, e tenho certeza que daqui a dois anos eu vou voltar aqui para mostrar que é possível. Só tenho a agradecer ao Governo e à Emater pelos frutos que estamos colhendo e dizer que não desistam do agricultor, solicitou. Essa orientação está sendo fundamental para ampliarmos nossa renda, complementou a mãe do produtor Tiago, Ivânia.
O governador ressaltou que não existe nada que enriquece mais do que o testemunho. Com simplicidade e humildade, o produtor vai ajustando e melhorando a vida. E nós, com políticas públicas, estamos recuperando essa força, que é muito maior do que a gente pensa. Para Sartori, o que os reuniu nesta tarde é uma obra social que muda a realidade das famílias, porque dá a elas eficiência e aumento da renda, além de dignidade a quem tira da terra o seu sustento.
Para Minetto, o Programa é necessário para promover o desenvolvimento rural sustentável, os cuidados com o solo, a proteção das nascentes, a redução dos agroquímicos e, com a gestão, a redução dos custos, a ampliação da produção, produtividade e renda e a sucessão familiar. Acreditamos que é preciso transformar, como foi mostrado aqui nesta tarde. Isso é bom para o desenvolvimento local, regional, estadual e, acima de tudo, das famílias, disse.
Para o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, não há nada melhor do que ser o dono do próprio negócio. O agricultor pode ser apenas o proprietário de uma pequena área de terra, mas tem de ser um grande agricultor. E nós damos a assistência necessária para isso.
Quero agradecer à Emater pelo aumento da nossa renda (em 330%) e por nosso irmão ter retornado ao campo, comemorou o agricultor Maicon Tolardo, produtor de morangos de Antônio Prado. As famílias Fortuna, de Paim Filho, e Secchi, de Doutor Ricardo, também apresentaram seus resultados.
O diretor técnico da Emate/RS, Lino Moura, destacou que o Programa foi pensado não apenas para a formação de planilhas e números. Nossa intenção é conversar com as famílias para saber seus sonhos e aspirações para o futuro, captar o que esperam de suas unidades de produção, e em pouco mais de um ano temos como resultados melhor qualidade de vida, redução dos custos e da penosidade, aumento da renda e produtividade e garantia de sucessão familiar.
Sobre o Programa
Lançado no ano passado, o Programa visa obter indicadores sobre a evolução das condições sociais, econômicas e ambientais das famílias assistida, principalmente em relação à utilização dos recursos naturais, racionalização da mão de obra, ao uso de insumos, à qualificação do saneamento básico rural, ao aumento da renda dos agricultores e à incorporação de mudanças tecnológicas.
"E também ao incentivo à diversificação da produção de subsistência, gerando economia e melhor qualidade de vida e saúde aos agricultores familiares. Porque, além de economizar com a produção do próprio alimento, há a garantia da procedência e manejo, livre de agrotóxicos, por meio de um cultivo sustentável", destacou o extensionista da Emater/RS-Ascar e coordenador estadual do programa, Célio Colle.
O presidente da Emater/RS destacou em sua fala que a produção para autoconsumo gera uma economia média anual de R$ 15,4 mil por família. Ou seja, cerca de R$ 1,3 mil por mês, comemorou Kuhn. No primeiro ano de execução, em 2016, foram sensibilizadas 11.087 famílias (de uma meta de 10 mil). Dessas, 5.039 aderiram ao programa com a realização de diagnóstico socioambiental e econômico, além de posterior elaboração de um Plano de Gestão para cada estabelecimento. Neste ano, até agora, foram 9.825 famílias sensibilizadas e 2.245 aderiram ao programa.
A ação prevê resultados ao longo de quatro anos: capacitação de mais de mil técnicos, sensibilização de incentivo a 40 mil famílias, elaboração e implantação de planos de gestão para 20 mil famílias. "São esperados o aumento da renda em pelo menos 20%; o aumento de no mínimo 10% da área com práticas conservacionistas; e que todas as famílias produzam dez ou mais produtos para autoconsumo", projetou Colle.
|