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A EPAMIG adotou uma forma criativa para difundir o consumo e o cultivo de hortaliças não convencionais entre estudantes de escolas urbanas e rurais e agricultores familiares da região da Zona da Mata. O projeto Feira com Ciência está utilizando instalações artístico-pedagógicas como metodologia para divulgar a importância dessas hortaliças – algumas até desconhecidas da população jovem – para a diversificação alimentar.
A iniciativa já vem dando bons frutos. Nesta quarta-feira, 29, a partir das 17h, o projeto vai realizar o Quintal Solidário – Feira de plantas e alimentos da tradição popular – na Universidade Federal de Viçosa. O objetivo é promover a troca de saberes sobre plantas alimentícias não convencionais. As quatro oficinas já realizadas este ano em escolas da rede pública de Viçosa e nas Associações Escolas Famílias Agrícolas dos municípios de Araponga e de Ervália reuniram cerca de 200 alunos e professores, que puderam conhecer e experimentar algumas hortaliças que, embora nutritivas, caíram no esquecimento, como o ora-pro-nóbis.
“Muitos desses jovens são filhos de agricultores familiares e funcionam como multiplicadores entre as comunidades em que estão inseridos. Nas oficinas, eles têm acesso às plantas, conhecem os benefícios à saúde e aprendem como cultivá-las”, ressalta a pesquisadora Maria Regina de Miranda, coordenadora do projeto.
Benefícios para a saúde
Embora apresentem alto valor nutricional, as hortaliças não convencionais perderam espaço e mercado para outras culturas e deixaram de fazer parte do cardápio da população. O ora-pro-nóbis, por exemplo, possui grande concentração de ferro e até 30% de proteína vegetal no produto seco, que é importante na complementação das necessidades básicas para nutrição humana.
Algumas dessas plantas já são pesquisadas pela EPAMIG, como ora-pro-nóbis, araruta, mangarito, capuchinha, vinagreira e taioba. Minas Gerais é pioneira no resgate dessas hortaliças e, para isso, foram criados Bancos Ativos de Germoplasma em diversas regiões do estado. Nesses bancos, as espécies são mantidas e propagadas para distribuição a instituições e associações que se comprometam a dar continuidade ao trabalho.
Feira com Ciência
O projeto Feira com Ciência foi iniciado este ano e, além das oficinas com estudantes, as próximas ações vão chegar às feiras populares de Viçosa, também utilizando metodologia participativa. Segundo a pesquisadora Maria Regina de Miranda, a ideia é mostrar ao público a importância da diversificação alimentar, utilizando cartilhas com informações sobre cultivo, formação de mudas, os benefícios à saúde, além de e receitas culinárias com hortaliças não convencionais.
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