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Edmilson Gonçales Liberal, IAPAR
05/02/2018
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O IAPAR destaca uma grande área de sua unidade demonstrativa no Show Rural para mostrar ao produtor técnicas de agricultura conservacionista que protegem o meio ambiente e beneficiam os solos, além de possibilitar redução de custos, ganho de produtividade nas lavouras e, consequentemente, o aumento da rentabilidade da atividade agrícola.
Dejetos
Se descartados de forma incorreta, os dejetos produzidos pela criação de suínos e aves têm alto potencial poluente para o solo, rios e lagos. É por isso que o IAPAR vem estudando há alguns anos margens seguras para a adubação de lavouras com esses resíduos, abundantes na região Oeste do Paraná.
“É um material rico em nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes, que, corretamente utilizado, melhora a condição geral do solo, reduz o custo da adubação e aumenta a produtividade das lavouras comerciais”, afirma a pesquisadora Graziela Barbosa.
No Show Rural, a pesquisadora utiliza uma parcela cultivada com feijão para ensinar o produtor a aferir o teor de nutrientes dos dejetos e calcular o equivalente em nutrientes N, P e K que os resíduos levarão para o solo, e também a avaliação econômica. “A economia na adubação pode chegar perto de R$ 500 por hectare”, ela conclui.
Adubos verdes
As possibilidades para diversificação de cultivos com adubos verdes, também chamadas de plantas de cobertura, são novamente enfatizadas pelo IAPAR no Show Rural.
De acordo com o pesquisador Rafael Fuentes Llanillo, o uso dessas plantas, se tecnicamente bem conduzido, pode oferecer ganho de produtividade e rentabilidade às lavouras de soja, trigo e milho, além de propiciar, como benefício adicional, a melhoria da condição geral do solo.
Plantas de cobertura também ajudam a reduzir a infestação de invasoras e a aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, o que pode se traduzir em redução de custos com herbicidas e adubação.
E ainda mais. Espécies leguminosas, como as mucunas, deixam uma palhada rica em nitrogênio, que beneficia com esse nutriente as lavouras comerciais cultivadas na sequência, acrescenta Fuentes Llanillo.
O controle de nematoides é outra característica dessas plantas que a pesquisa vem investigando, e que pode ser obtido com o uso de crotalárias, braquiárias, guandu-anão e as aveias, por exemplo. “Já está comprovado que essas plantas reduzem a população de nematoides de áreas infestadas”, explica a pesquisadora Andressa Cristina Zamboni Machado.
A pesquisadora alerta, no entanto, que é preciso planejar o uso das plantas de cobertura em função da espécie que se pretende combater, tema que ela vai tratar em detalhes em suas palestras no Show Rural. “Há um tipo de planta para cada espécie de nematoide que se quer combater”, ensina.
Trigo Mourisco
Dentre as plantas que o IAPAR apresenta no Show Rural, o trigo-mourisco, ou sarraceno, se sobressai por uma particularidade – pode ser utilizado como planta de cobertura e também vem se tornando uma atrativa opção para cultivo comercial.
De acordo com o pesquisador Ronaldo Hissayuki Hojo, trata-se de uma espécie rústica, que tem ciclo rápido – não chega a 90 dias – e demanda manejo simples e de baixo custo. “É uma boa opção para cultivo na segunda safra”, ele aponta.
Os produtores interessados podem conhecer na unidade do IAPAR as cultivares IPR 91 - Baili e IPR 92 - Altar, as preferidas dos produtores paranaenses.
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