dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     25/04/2024            
 
 
    

No Brasil, mais de 70% da produção de arroz é oriunda da Região Sul e é cultivado no sistema de irrigação por alagamento do solo. A produtividade do arroz irrigado tem aumentado anualmente em função de novas tecnologias, entre essas, novas cultivares mais produtivas e manejo adequado da água, de plantas daninhas, doenças e fertilizantes.

No entanto, em relação ao manejo do solo e da palha do arroz para o cultivo da safra do ano seguinte, essenciais para obtenção de altas produtividades, pouca evolução ocorreu ao longo dos anos, sendo o sistema de preparo convencional com arações e gradagens e o cultivo mínimo predominantes em quase sua totalidade na Fronteira Oeste do RS, que é a maior produtora de arroz. No sistema de cultivo mínimo, denominado erroneamente de “plantio direto”, faz-se o preparo anual e convencional do solo após a colheita e até um mês antes da semeadura e, antes desta é realizado apenas a aplicação de herbicida para o controle de plantas daninhas, aumentando assim, a quantidade de dias úteis para a semeadura. Isto é importante, pois nesta época ocorrem chuvas torrenciais e o solo permanece impróprio para semeadura vários dias após a chuva, por serem terras baixas e de difícil drenagem.

Segundo resultados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o preparo convencional do solo com arações e gradagens está diminuindo anualmente e está aumentando o sistema de cultivo mínimo (plantio direto) que já é utilizado em 75% das lavouras. Porém, nesse sistema é necessário preparo do solo com arações e gradagens e posterior contrução das taipas para retenção da água na superfície do solo durante o cultivo, demandando consumo elevado de combustíveis fósseis e de máquinas nessas operações, com danos ao meio ambiente e redução da rentabilidade do produtor.

Estudos desenvolvidos a partir da safra 2009/2010, cujos resultados já se encontram publicados em artigos científicos da área, foi verificada a viabilidade do cultivo de arroz irrigado por inundação em sistema plantio direto, mesmo sem cultivo de plantas no inverno, pois o arroz produz grande quantidade de palha que pode ser até prejudicial quando em excesso.

Por sua vez, o primeiro grande entrave para o cultivo de arroz irrigado em sistema plantio direto, em terras baixas que permanecem úmidas/alagadas grande parte do ano, é a elevada quantidade de palha que permanece na superfície do solo após o cultivo de arroz irrigado, em alguns casos superior a 10 toneladas por hectare de massa seca. Sabe-se que a palha apresenta elevada relação C/N, sua decomposição é lenta e que quando ocorre o alagamento do solo há a decomposição anaeróbica e liberação de ácidos orgânicos que podem prejudicar a germinação e crescimento do arroz na fase inicial, com resultados prejudiciais pouco expressivos na produtividade de grãos, conforme resultados obtidos na safra 2009/10, 2010/11, 2011/12, para várias cultivares de arroz, comparando sistemas de manejo com preparo convencional e sistema plantio direto. Assim, segundo os produtores, o preparo convencional prévio do arroz acelera a decomposição da palhada, diminuindo a quantidade desta quando inicia o cultivo na safra seguinte.

O segundo entrave é em relação à colheita do arroz que é realizada em condição de solo úmido/alagado gerando grande quantidade de sulcos superficiais, devido ao tráfego de máquinas, destruindo taipas e deixando a superfície irregular para o cultivo da safra seguinte, sendo necessário o preparo convencional e passagen de remaplan para nivelar o solo e posterior construção das taipas.

Diante deste cenário, estudos realizados durante três anos, na fazenda Fonte Rica, em Uruguaiana, RS, utilizaram uma tecnologia simples e barata. Inicialmente, a colheita deve ser realizada com solo mais seco possível, para diminuir a profundidade dos sulcos e o dano às taipas. Na sequência, com o solo úmido é realizado a passagem do equipamento rudimentar denominado tapadeira (fotos abaixo), utilizado no passado para incorporar a semente de arroz ao solo, que consiste de anéis e “dentes” de 5 cm de altura, que é passado na superfície do solo após a colheita com um trator de baixa potência e com alto rendimento de área diário, sem causar danos as taipas, acamando e misturando suavemente a palha ao solo e deixando a superfície do solo plana e apta para a próxima semeadura. Na fazenda citada acima, esse sistema já é utilizado em sua plenitude e está sendo difundido, pelos seus benefícios em economia de máquinas no preparo do solo e baixa necessidade de remonte de taipas da safra anterior, aumentando assim a rentabilidade ao produtor.

Além da economia de combustíveis e aumento da rentabilidade do produtor, outra vantagem do sistema plantio direto é a redução na emissão de metano e gases de efeito estufa, conforme já foi verificado em vários estudos, resultando em benefícios ambientais.

Para mais informações, o Prof. Amauri Nelson Beutler disponibiliza o fone: (55) 9974-6373.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: Plantio Direto
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada